Reino Unido quer julgar traficantes que anunciam passagens do Canal da Mancha nas redes sociais
Mais de 25 mil pessoas chegaram à Grã-Bretanha de barco este ano, um aumento de 50% em relação ao mesmo período em 2024.
O Reino Unido avançou que quem anunciar passaportes falsos ou serviços de tráfico de pessoas nas redes sociais pode ser condenado com até cinco anos de prisão, naquela que é a mais recente iniciativa do governo para tentar impedir que os imigrantes cruzem o Canal da Mancha em pequenos barcos.
Foi anunciado, este domingo, que qualquer pessoa que seja condenada por criar materiais online com a finalidade de violar a lei de imigração do Reino Unido vai enfrentar uma multa pesada e uma pena de prisão. A secretária de Estado para os Assuntos Internos, Yvette Cooper, referiu que o objetivo é acabar com as "táticas descaradas nas redes sociais" que estão a ser usadas por gangues de contrabandistas para vender a travessia.
"Vender a falsa promessa de uma viagem segura para o Reino Unido e uma vida neste país, sejaonlineouoffline, simplesmente para ganhar dinheiro é nada menos que imoral", continuou.
Atualmente já é criminalizado no Reino Unido o auxílio à imigração ilegal, mas as autoridades acreditam que a existência de uma nova infração, como parte de um projeto de lei de segurança das fronteiras que está a ser discutido no parlamento, dará à polícia e aos procuradores mais poderes para desmantelarem os traficantes que enviam imigrantes numa das rotas marítimas mais movimentadas e perigosas do mundo.
O primeiro-ministro Keir Starmer já considerou que os gangues são uma ameaça à segurança global e devem ser tratados como redes terroristas. Desde que o governo de centro-esquerda ganhou as eleições, há cerca de um ano, que a vigilância das fronteiras foi reforçada e aumentou a cooperação policial com o governo francês.
Ainda assim mais de 25 mil pessoas chegaram à Grã-Bretanha de barco este ano, um aumento de 50% em relação ao mesmo período em 2024. A questão das chegadas de imigrantes tem se tornado cada vez mais política com os partidos da oposição defenderem que as medidas do governo não estão a ter efeito e Starmer a argumentar que os problemas foram acumulados durante os 14 anos em que o Partido Conservador esteve no poder.
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