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Quase 100 mortos em Cabul. “Massacre” deixa Afeganistão desolado

27 de janeiro de 2018 às 13:26

A explosão de uma ambulância armadilhada foi um "massacre" perpetrado pelos talibã. Pelo menos 95 pessoas morreram e 158 ficaram feridas.

A explosão de uma ambulância armadilhada, este sábado, no centro de Cabul fez pelo menos 95 mortos, segundo o último balanço do Ministério da Saúde, avançado pela agência Reuters. Os talibãs reivindicam o ataque que feriu ainda 158 pessoas.

Pelas 13h30 locais (08h30 em Lisboa) uma explosão "muito forte" abalou o centro da capital do Afeganistão. Um balanço inicial dava conta de 17 mortos.

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Foto: Getty Images
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A explosão, reivindicada pelos extremistas talibã, ocorreu num dos bairros centrais de Cabul, próximo do Ministério do Interior, da sede da polícia e da delegação da União Europeia (UE) na capital afegã, e foi um dos mais violentos a que o país assistiu nos últimos anos.

"O último balanço aponta para 63 mortos e 151 feridos", informava num anterior balanço o porta-voz do Ministério do Interior afegão, Nasrat Rahimi, que admitiu que os números podem não ser definitivos.

O bombista suicida utilizou uma ambulância para passar as barragens de segurança, indicando no primeiro posto de controlo que levava um paciente para o hospital Jamuriate, nas proximidades, esclareceu o porta-voz. Na segunda barragem, prosseguiu, foi identificado e detonou a carga explosiva a bordo da viatura.

O atentado acabaria por ser reivindicado por um porta-voz do grupo talibã Zabihullah Mujahid através da aplicação de telemóvel WhatsApp.

"Um mártir fez explodir a viatura armadilhada próximo do Ministério do Interior, onde se encontravam numerosos agentes da polícia", indicou o porta-voz dos talibã.

A explosão, de grande e forte intensidade, fez-se ouvir por toda a cidade, tendo estilhaçado várias janelas num perímetro de quase dois quilómetros. "Vi um mar de sangue", disse uma testemunha que se encontrava próximo do local da explosão, tendo sido praticamente soterrado com destroços.

"É um massacre", escreveu, por seu lado, no Twitter, o coordenador da organização não governamental italiana Emergency, Dejan Panic, que faz acompanhar o texto com fotografias do local da explosão, na qual se podem ver numerosas vítimas.

A Emergency, especializada em cirurgia de guerra, já fez saber que não pode acolher mais pacientes, pois já ultrapassou a sua capacidade de atendimento.

"No hospital Jamuriate disseram-nos que estão cheios de pessoas mortas e feridas e estão a reencaminhá-los para a Emergency. Mas também já está sobrelotado. Estão a pedir aos que não estão em perigo de vida para procurarem outro hospital", contou à televisão pública afegã Ariana News um homem que transportava aos ombros o seu irmão ferido.

Segundo relata a agência AFP, o pânico foi total, havendo um imóvel vizinho ao hospital Jamuriate que ameaça ruir

O Alto Conselho para a Paz, encarregado das negociações, entretanto bloqueadas, com os Talibã, considerou ser o alvo principal do atentado, pois os gabinetes também se encontram próximo do local da explosão e cujos vidros foram totalmente estilhaçados.

Por outro lado, fonte da delegação da União Europeia em Cabul indicou que, mal se ouviu a explosão, todos os funcionários foram rapidamente postos em segurança num piso destinado para o efeito.

A utilização de uma ambulância em atentados é um dos cenários mais temidos pela segurança.

No entanto, é costume as próprias ambulâncias serem controladas exaustivamente nos postos de controlo em que se situam as barragens, com o interior vasculhado enquanto o condutor é obrigado a abandonar a viatura.

O nível de alerta, entretanto, subiu para "extremo", o mais alto, em particular no centro da capital e no bairro diplomático, onde se situa a maior parte das embaixadas e instituições estrangeiras que, entretanto, foram colocadas em "lock down" (saídas interditas).

O atentado de hoje é o terceiro a assolar o Afeganistão em apenas uma semana, após os registados em 20 deste mês no Hotel Intercontinental de Cabul, reivindicado pelos talibã, e o de quarta-feira nos escritórios da organização não governamental Save The Children em Jalalabade (leste), que foi reclamado pelo-o grupo Estado islâmico.

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