Putin não vai marcar presença na Turquia e envia delegação "de baixo nível"

Nos últimos dias, Zelensky desafiou Putin a marcar presença na ronda negocial sobre a guerra na Ucrânia que está prevista para esta quinta-feira em Istambul, e apesar de as conversações diretas terem sido uma proposta do líder do Kremlin, o presidente russo já referiu não se vai deslocar até à Turquia.

Foi apenas na quarta-feira à noite que a Rússia revelou a composição da delegação que além de não incluir Putin não conta sequer com o ministro dos Negócios Estrangeiros. Assim sendo, os russos estarão representados pelo conselheiro presidencial Vladimir Medinsky, que também liderou as conversações em 2022, acompanhado pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Mikhail Galuzin, e pelo vice-ministro da Defesa, Alexander Fomin.

O secretário dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, que se encontra em Antália para uma reunião da NATO, já criticou Putin por ter enviado uma delegação de "baixo nível" para as negociações de paz.

Apesar da ausência de Putin e de Zelensky ainda não ter confirmado se vai continuar a liderar a delegação ucraniana, referindo que a sua postura depende da delegação russa, estas conversações podem ainda ser importantes uma vez que serão as primeiras negociações de paz presenciais entre a Rússia e a Ucrânia em mais de três anos de guerra.

Esta manhã, o presidente dos Estados Unidos, que está em visita oficial ao Médio Oriente, voltou a referir que pode deslocar-se a Istambul na sexta-feira se as negociações de paz progredirem: "Gostaríamos de ver a guerra acabar e acho que temos uma chance de fazer isso".

As negociações para a paz não são o único evento diplomático a decorrer na Turquia, que se tornou estes dias o centro da diplomacia ocidental. Zelensky tem marcada uma reunião com Recep Tayyip Erdogan em Ancara e os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO reúnem-se em Antália, incluindo o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio. O líder da aliança militar, Mark Rutte, também já está em Antália, mas na quarta-feira reuniu com Erdogan e referiu que está "cautelosamente otimista" quanto ao avanço das negociações: "Agora cabe aos russos garantir que vão ser dados os próximos passos".