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Polícia do Irão instala câmaras em locais públicos para controlar uso de hijab

Márcia Sobral 10 de abril de 2023 às 18:37

Governo considera que a resistência ao véu islâmico "mancha a imagem espiritual do país e espalha insegurança" e manda implementar medidas cada vez mais restritas.

As autoridades iranianas mandaram instalar câmaras de videovigilância nas ruas de forma a controlar se as mulheres do país cumprem o código de roupa obrigatória. A medida tem como objetivo aplicar sanções a quem recuse usarhijab.

Majid Asgaripour / WANA / REUTERS

O anúncio foi feito pela polícia do país que, segundo aReuters, dá conta de que assim que seja identificada uma "infratora" a mesma receberá uma mensagem de texto com a descrição "das consequências" do seu ato.

No entender do governo, a resistência ao véu islâmico "mancha a imagem espiritual do país e espalha insegurança", razão pela qual estão a implementar medidas cada vez mais restritas.

No metro de Teerão, a capital do país, de acordo com oThe Guardian, estão a ser criados grupos para controlar se as passageiras usam a roupa obrigatória. A medida também já estará a ser implementada na cidade de Isfahan, com as mulheres que infringirem as regras a serem impedidas de viajar.

De acordo com asharia, a lei islâmica imposta depois da revolução de 1979, as mulheres estão obrigadas a tapar o cabelo e a usar roupas largas de forma a ocultar as suas silhuetas. O incumprimento da medida pode ser punido com castigos públicos, multas ou até pena de prisão.

Mas estas são medidas que parecem não assustar as mulheres iranianas e o caso de Mahsa Amini,a jovem que foi detida e morreu às mãos da polícia iraniana por ter o véu islâmico mal colocado, foi a gota de água. Desde essa altura que dezenas de mulheres do país – principalmente nas zonas urbanas - ousam desafiar uma regra que consideram atentar contra a sua liberdade.

Nesse sentido, o governo tem vindo a aprovar uma série de medidas que têm como objetivo forçar os órgãos públicos do país a adotar "maior responsabilidade" nesta temática. Caso a medida não surta efeito, as autoridades já alertaram que estão dispostas a ir mais longe e levar estas mulheres a tribunal para a aplicação de uma multa no valor de 1 milhão de tomans (mais de 218 mil euros).

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