Piloto da Ethiopian Airline reportou “dificuldades” e pediu para regressar
Não há sobreviventes da queda do Boeing 737 que transportava 149 passageiros e oito elementos da tripulação. Lista de de vítimas não inclui portugueses, mas autoridades estão a acompanhar o caso.
As causas do acidente que matou, este domingo, 157 pessoas de 32 nacionalidades ainda estão por apurar, mas já se sabe que o piloto do avião da Ethiopian Airline que se despenhou pouco depois de descolar de Adis Abeba reportou "dificuldades" e pediu para regressar ao aeroporto da capital etíope.
"O piloto reportou à torre de controlo que estava com dificuldades e que queria regressar", afirmou o presidente-executivo da Ethiopian Airline, Tewolde Gebremariam¸numa conferência de imprensa em Adis Abeba sobre o acidente aéreo que matou todas as 157 pessoas de 35 nacionalidades que estavam a bordo do aparelho (149 passageiros e oito tripulantes).
Segundo Tewolde Gebremariam, o piloto do Boeing 737 "teve autorização" para virar e voltar ao aeroporto de Adis Abeba. O aparelho foi adquirido pela companhia aérea etíope em novembro passado.
Tewolde Gebremariam, que se deslocou ao local do acidente, precisou que o aparelho se despenhou numa zona chamada Hejeri, perto da cidade de Bishoftu, a cerca de 42 quilómetros a sudeste da capital da Etiópia e onde fica a sede da maior base da Força Aérea etíope.
Na mesma conferência de imprensa, o responsável acrescentou mais informações sobre as nacionalidades das vítimas mortais, referindo que dois cidadãos de Espanha, quatro da Eslováquia, dois da Polónia, três da Áustria e três da Suécia também constam da lista. A primeira lista indicava pessoas de 33 nacionalistas, uma segunda de 32 e a última atualização indica que morreram cidadãos de 35 países.
A nova listagem foi divulgada na conta da Ethiopian Airlines na rede social Twitter - a primeira lista provisória divulgada pela Ethiopian Airlines dava conta que quatro pessoas tinham passaportes das Nações Unidas. A lista atualizada refere agora apenas uma pessoa com passaporte das Nações Unidas.
Os dados atualizados pela Ethiopian Airlines são os seguintes: Quénia (32), Canadá (18), Etiópia (9), China (8), Itália (8), Estados Unidos (8), Reino Unido (7), França (7), Egito (6), Alemanha (5), Índia (4), Eslováquia (4), Áustria (3), Rússia (3), Suécia (3), Espanha (2), Israel (2), Marrocos (2) e Polónia (2). Entre os países que registaram uma vítima mortal está Moçambique, Bélgica, Djibouti, Indonésia, Irlanda, Noruega, Ruanda, Arábia Saudita, Sudão, Somália, Sérvia, Togo, Uganda, Iémen, Nepal e Nigéria.
"Estamos profundamente tristes e expressamos as nossas mais profundas condolências" às famílias das vítimas, referiu Tewolde Gebremariam, precisando ainda que as autoridades etíopes estão em contacto com as embaixadas dos países afetados pelo acidente.
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, manifestou na sua conta oficial no Twitter "profundas condolências" às famílias das vítimas.
O gabinete de Abiy Ahmed informou, entretanto, que o chefe do governo etíope visitou o local do acidente.
O acidente deste domingo ocorreu cerca de cinco meses depois de um outro Boeing 737 MAX da companhia Lion Air ter caído na Indonésia cerca de 12 minutos após a descolagem e por causa de falhas técnicas, de acordo com os dados recolhidos de uma das caixas negras do aparelho. O acidente ocorrido em outubro de 2018 provocou a morte de 189 pessoas.
A Ethiopian Airlines é membro da Star Alliance (a mesma que integra a transportadora portuguesa TAP) desde dezembro de 2011 e, de acordo, com o site da aliança, trata-se da companhia de bandeira da Etiópia e líder em África.
A Ethiopian Airlines foi fundada em 21 de dezembro de 1945 e a sua rede abrange Europa, América do Norte, América do Sul, África, Médio Oriente e Ásia, ligando as cidades em todo o mundo.
O último acidente desta transportadora aérea aconteceu a 25 de janeiro de 2010, quando um Boeing 737-800 caiu no mar Mediterrâneo, pouco tempo depois de ter iniciado a ligação entre Beirute e Adis Abeba. Nesse acidente, morreram 90 pessoas.
(notícia atualizada com a confirmação da nacionalidade das vítimas)
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