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Obras e documentos antigos do Museu do Louvre danificados após inundação

Lusa 07 de dezembro de 2025 às 16:17

Os funcionários do Louvre que trabalhavam nessa noite conseguiram estancar a fuga antes de esta atingir uma caixa de distribuição elétrica num piso inferior, pelo que houve o risco de ocorrer um acidente grave.

Várias obras de arte e documentos antigos do Museu do Louvre, em Paris, ficaram danificados na sequência de uma inundação, na biblioteca de antiguidades egípcias, provocada pelo rompimento de um cano, em 27 de novembro.
Visitantes observam obras no Museu do Louvre após inundações e danos AP
A informação foi divulgada este domingo pela publicação ‘online’ especializada La Tribune de l'Art, e confirmada pelo canal BFMTV, que teve acesso a várias fotografias do incidente e a uma mensagem eletrónica interna do Comité de Higiene, Segurança e Condições de Trabalho que dava conta do sucedido. Na mensagem, enviada um dia depois, o autor explicou que “uma válvula que alimentava os canos localizados por cima dos documentos, que se sabia estarem defeituosos, provocou uma grande inundação de água suja que danificou gravemente obras de arte e documentos, e prejudicou consideravelmente os espaços de trabalho” dos colegas. Segundo este relato, os funcionários do Louvre que trabalhavam nessa noite conseguiram estancar a fuga antes de esta atingir uma caixa de distribuição elétrica num piso inferior, pelo que houve o risco de ocorrer um acidente grave. Didier Rykner, responsável da publicação La Tribune de l'Art, estimou que cerca de 400 obras foram danificadas, algumas delas de forma irreparável. Para Didier Rykner, este incidente não foi uma surpresa, pois há anos que a equipa do departamento pede verbas para proteger os livros de uma possível rutura dos canos, cujo estado é conhecido. A biblioteca de antiguidades egípcias, localizada no Pavilhão Mollien, faz parte de um serviço de investigação e documentação apenas acessível a conservadores, historiadores, académicos e funcionários do Museu do Louvre. Rykner queixou-se de que o alegado estado deplorável destas instalações contrasta fortemente com os 276 mil euros gastos essencialmente em mobiliário para os gabinetes da diretora do Louvre, Laurence des Cars, do administrador-geral e de vários outros funcionários cujos gabinetes se situam naquela zona. Esta situação foi tornada pública numa altura em que o Louvre está envolvido em controvérsia após o roubo de que foi alvo em 19 de outubro. Nesse dia, um grupo de ladrões, que usou um elevador de carga para aceder à Galeria Apollo em plena luz do dia, fugiu com joias da coroa francesa. Todos os elementos do grupo foram detidos, mas as joias ainda não foram recuperadas. Na próxima quarta-feira, no Senado francês, vão ser apresentadas as conclusões da investigação administrativa para esclarecer o que aconteceu e eventuais falhas de segurança.
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