O que se sabe sobre a segunda tentativa de homicídio a Donald Trump?
Foram ouvidos disparos no campo de golfe em que o candidato presidencial estava a jogar. Suspeito já foi detido.
Donald Trump foi alvo de uma alegada segunda tentativa de homicídio este domingo,dois meses depois de ter sido atingido por uma balana orelha durante um comício. O candidato republicano estava a jogar golfe numa das suas propriedades quando foram ouvidos disparos.
De acordo com as informações avançadas inicialmente, o candidato republicano à presidência estava a jogar golfe no Trump International Golf Club, em West Palm Beach, na Florida, quando soaram os disparos, pelas 14 horas (18 horas em Portugal continental). De acordo com a BBC, um agente dos serviços secretos que acompanham o antigo presidente em permanência detetou um cano de uma espingarda AK47 a "espreitar" por entre a vedação do recinto que se situa a poucos minutos de Mar-a-Lago. Depois de avistar a arma de fogo, o agente terá disparado contra o homem que se escondia nos arbustos. Ainda não é claro se o homem terá disparado de volta ou se os únicos tiros que se ouviram foram feitos pelo agente. O homem nunca esteve a menos de 350 metros de distância de Trump, de acordo com o xerife de Palm Beach.
Trump assegurou, em comunicado, que estava "seguro e bem" e que nada o fará desistir da corrida presidencial. "Houve tiros na vizinhança, mas antes que os rumores se descontrolem, quero que oiçam: estou seguro e bem", garantiu num email enviado aos seus doadores, citado pela agência Reuters.
O FBI já informou que o episódio está a ser investigado como uma aparente "tentativa de assassínio". Identificou ainda o suspeito como sendo Ryan Wesley Routh que fugiu do local num veículo e acabou por ser detido mais tarde num condado vizinho.
A arma que Routh terá usado foi deixada no local do incidente, bem como uma mochila com vários azulejos de cerâmica e uma câmara de filmar GoPro. "Todo este cenário indica um nível muito elevado de planeamento prévio", disse à CNN Andrew McCabe, antigo diretor-adjunto do FBI, que explicou que os azulejos serviriam como uma proteção adicional ao colete anti-balas.
Em julho, enquanto discursava num comício no estado da Pensilvânia, Trump foi atingido com um tiro na orelha direita, de raspão. Na altura o atirador foi morto.
Quem é o atirador
O suspeito de ser o atirador, Ryan Wesley Routh, tem 58 anos e é um cidadão norte-americano que viveu durante a maior parte da sua vida no estado da Carolina do Norte. Em 2018 mudou-se para Kaaawa, no Havai.
Nas redes sociais, Roth apelava a que os norte-americanos angariassem fundos para entregar à Ucrânia e se mobilizassem para combater contra a invasão russa, escreve a Associated Press.
As suas publicações fazem querer que o suspeito chegou a ser apoiante dos republicanos, mas que nos últimos anos tinha mostrado publicamente o seu apoio à administração de Joe Biden e Kamala Harris. "Embora tenha sido minha escolha em 2016, eu e o mundo esperávamos que o presidente Trump fosse diferente e melhor", escreveu numa publicação.
No X (antigo Twitter), em abril, escreveu: "Presidente, a sua campanha devia ser chamada algo como KADAF - Keep America Democratic and Free [Manter a América Democrática e Livre]... A campanha de Trump devia ser MASA... Make Americans slaves again master [Transforma os Americanos em Escravos Outra Vez]. A democracia vai a votos e não podemos perder", cita a Reuters.
Segundo os registos policiais, enquanto vivia na Carolina do Norte, Routh teve vários problemas com a polícia, sendo condenado em 2002 por posse de uma arma de destruição maciça.
Em resposta à tentativa de atentado, o presidente Joe Biden mostrou-se "aliviado" pelo candidato republicano estar em segurança e deu ordens para reforçar a sua proteção novamente, como já tinha feito em julho depois da primeira tentativa de assassinato. Através de uma nota divulgada pela Casa Branca, Biden pediu à sua administração que garanta que os serviços secretos norte-americanos "têm todos os recursos, capacidades e medidas de proteção necessárias para garantir a segurança contínua" do candidato.
Kamala Harris, que disputa a corrida à Casa Branca com Trump, afirmou estar "feliz por ele estar são e salvo" e acrescentando que "a violência não tem lugar na América".
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