Secções
Entrar

O que se sabe sobre a segunda tentativa de homicídio a Donald Trump?

Diogo Barreto 16 de setembro de 2024 às 14:20

Foram ouvidos disparos no campo de golfe em que o candidato presidencial estava a jogar. Suspeito já foi detido.

Donald Trump foi alvo de uma alegada segunda tentativa de homicídio este domingo,dois meses depois de ter sido atingido por uma balana orelha durante um comício. O candidato republicano estava a jogar golfe numa das suas propriedades quando foram ouvidos disparos. 

REUTERS/Valentyn Ogirenko

De acordo com as informações avançadas inicialmente, o candidato republicano à presidência estava a jogar golfe no Trump International Golf Club, em West Palm Beach, na Florida, quando soaram os disparos, pelas 14 horas (18 horas em Portugal continental). De acordo com a BBC, um agente dos serviços secretos que acompanham o antigo presidente em permanência detetou um cano de uma espingarda AK47 a "espreitar" por entre a vedação do recinto que se situa a poucos minutos de Mar-a-Lago. Depois de avistar a arma de fogo, o agente terá disparado contra o homem que se escondia nos arbustos. Ainda não é claro se o homem terá disparado de volta ou se os únicos tiros que se ouviram foram feitos pelo agente. O homem nunca esteve a menos de 350 metros de distância de Trump, de acordo com o xerife de Palm Beach.

Trump assegurou, em comunicado, que estava "seguro e bem" e que nada o fará desistir da corrida presidencial. "Houve tiros na vizinhança, mas antes que os rumores se descontrolem, quero que oiçam: estou seguro e bem", garantiu num email enviado aos seus doadores, citado pela agência Reuters.

O FBI já informou que o episódio está a ser investigado como uma aparente "tentativa de assassínio". Identificou ainda o suspeito como sendo Ryan Wesley Routh que fugiu do local num veículo e acabou por ser detido mais tarde num condado vizinho. 

A arma que Routh terá usado foi deixada no local do incidente, bem como uma mochila com vários azulejos de cerâmica e uma câmara de filmar GoPro. "Todo este cenário indica um nível muito elevado de planeamento prévio", disse à CNN Andrew McCabe, antigo diretor-adjunto do FBI, que explicou que os azulejos serviriam como uma proteção adicional ao colete anti-balas.

Palm Beach County Sheriff's Office/Reuters

Em julho, enquanto discursava num comício no estado da Pensilvânia, Trump foi atingido com um tiro na orelha direita, de raspão. Na altura o atirador foi morto.

Quem é o atirador

O suspeito de ser o atirador, Ryan Wesley Routh, tem 58 anos e é um cidadão norte-americano que viveu durante a maior parte da sua vida no estado da Carolina do Norte. Em 2018 mudou-se para Kaaawa, no Havai. 

Nas redes sociais, Roth apelava a que os norte-americanos angariassem fundos para entregar à Ucrânia e se mobilizassem para combater contra a invasão russa, escreve a Associated Press

As suas publicações fazem querer que o suspeito chegou a ser apoiante dos republicanos, mas que nos últimos anos tinha mostrado publicamente o seu apoio à administração de Joe Biden e Kamala Harris. "Embora tenha sido minha escolha em 2016, eu e o mundo esperávamos que o presidente Trump fosse diferente e melhor", escreveu numa publicação.

No X (antigo Twitter), em abril, escreveu: "Presidente, a sua campanha devia ser chamada algo como KADAF - Keep America Democratic and Free [Manter a América Democrática e Livre]... A campanha de Trump devia ser MASA... Make Americans slaves again master [Transforma os Americanos em Escravos Outra Vez]. A democracia vai a votos e não podemos perder", cita a Reuters

Segundo os registos policiais, enquanto vivia na Carolina do Norte, Routh teve vários problemas com a polícia, sendo condenado em 2002 por posse de uma arma de destruição maciça.

Em resposta à tentativa de atentado, o presidente Joe Biden mostrou-se "aliviado" pelo candidato republicano estar em segurança e deu ordens para reforçar a sua proteção novamente, como já tinha feito em julho depois da primeira tentativa de assassinato. Através de uma nota divulgada pela Casa Branca, Biden pediu à sua administração que garanta que os serviços secretos norte-americanos "têm todos os recursos, capacidades e medidas de proteção necessárias para garantir a segurança contínua" do candidato.

Kamala Harris, que disputa a corrida à Casa Branca com Trump, afirmou estar "feliz por ele estar são e salvo" e acrescentando que "a violência não tem lugar na América".

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

A longa guerra dos juízes que não se suportavam - o ataque

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

A longa guerra dos juízes que não se suportavam - o contra-ataque

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Vida

Encontraram soldados nazis enterrados no quintal

TextoSusana Lúcio
FotosSusana Lúcio
Exclusivo

Repórter SÁBADO. Jihadista quer cumprir pena em Portugal

TextoNuno Tiago Pinto
FotosNuno Tiago Pinto