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Nove ex-diretores de agência de saúde dos EUA acusam Kennedy de “pôr em perigo” cidadãos

Lusa 01 de setembro de 2025 às 17:03

Estes funcionários, na maioria médicos, lideraram o CDC nos últimos quase 50 anos, entre 1977 e 2025, desde o mandato do Presidente democrata Jimmy Carter ao início do segundo mandato do republicano Donald Trump.

Nove ex-diretores do Centro para Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos acusaram esta segunda-feira o secretário da Saúde, Robert Kennedy Jr., de “pôr em perigo a saúde de todos os norte-americanos” com despedimentos.
Gage Skidmore
A purga em curso no CDC é o mais recente episódio da crise entre o organismo nacional de saúde pública norte-americano e Robert Fitzgerald Kennedy Jr. (RFK Jr), conhecido pela sua posição antivacinas, que culminou na semana passada com a demissão da diretora, Susan Monarez, após menos de um mês no cargo. No domingo, dois antigos responsáveis desta agência expressaram preocupação com o “risco de destruição” da saúde pública e “de ideologização” das políticas de saúde. O senador de esquerda Bernie Sanders apelou para a “demissão” do secretário. “Nós dirigimos o CDC: Kennedy está a pôr em perigo a saúde de todos os norte-americanos”, alertaram nove ex-diretores da agência de saúde numa carta aberta publicada pelo diário The New York Times. Estes funcionários, na maioria médicos, lideraram o CDC nos últimos quase 50 anos, entre 1977 e 2025, desde o mandato do Presidente democrata Jimmy Carter ao início do segundo mandato do republicano Donald Trump. “O secretário Kennedy despediu milhares de funcionários públicos federais da saúde pública e cortou drasticamente programas destinados a proteger os norte-americanos de cancro, patologias cardíacas, acidentes vasculares cerebrais (AVC), poluição por chumbo, lesões e violência”, escreveram. “O que ele fez ao CDC e ao sistema nacional de saúde — especialmente quando decidiu demitir Susan Monarez do seu cargo de diretora — é diferente de tudo a que já assistimos na agência e de tudo o que o nosso país já viveu”, prosseguiram os especialistas. “Isto é inaceitável e deve servir de alerta para todos os norte-americanos, independentemente da sua orientação política”, alertaram os signatários da carta, entre os quais Tom Frieden, que serviu nos dois mandatos do Presidente democrata Barack Obama (2009-2017), e Anne Schuchat, que liderou o CDC em 2017 e 2018, no início do primeiro mandato de Donald Trump. Segundo os seus advogados, Susan Monarez recusou-se “a aprovar diretrizes não-científicas e perigosas” pretendidas pelo secretário Kennedy, que a tinha escolhido um mês antes como diretora do CDC. Para o lugar desta cientista, a Casa Branca vai nomear Jim O'Neill, braço-direito de RFK Jr. e ex-financeiro do setor da tecnologia, como diretor interino, de acordo com o diário The Washington Post.
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