Secções
Entrar

Nova Iorque declara dia 19 feriado para funcionários públicos celebrarem fim da escravatura

17 de junho de 2020 às 21:01

"É um dia em que todos devemos refletir. É um dia que é especialmente relevante neste momento da nossa história", defendeu o governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo.

O governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, decretou, esta quarta-feira, que 19 de junho (sexta-feira) será feriado para os funcionários públicos, para que possam celebrar a emancipação dos escravos nos Estados Unidos.

Ao anunciar o feriado para a cidade de Nova Iorque, Cuomo garantiu que vai apresentar legislação para que, no próximo ano, o dia 19 de junho seja considerado feriado nacional.

"É um dia em que todos devemos refletir. É um dia que é especialmente relevante neste momento da nossa história", afirmou sobre o também conhecido por Dia da Emancipação ou Dia da Liberdade.

Vários Estados norte-americanos já observam o "19 de junho" (de 1863 – o então Presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, só viria a aprovar a Promulgação da Emancipação a 01 de janeiro de 1865) como dia feriado, tendo as raízes históricas no Texas (é feriado estadual desde 1980).

A efeméride celebra o dia em que chegou aos afro-americanos do Texas a notícia de que o presidente Abraham Lincoln tinha assinado a Proclamação de Emancipação, libertando os escravos que viviam nos Estados Confederados, dois anos antes.

Quando os soldados da União chegaram a Galveston para dar a notícia de que a escravatura tinha sido abolida, antigos escravos festejaram.

O decreto hoje aprovado por Cuomo surge um dia depois de o governador da Virgínia, Ralph Northam, ter anunciado que iria propor a data como feriado oficial para comemorar o fim da escravatura, no Estado que tinha na cidade capital da Confederação.

O presidente, Donald Trump, anunciou na semana passada que reagendou um comício de campanha previsto para Tulsa, Oklahoma, no dia 19 de junho.

O anúncio do comício provocou protestos, porque Tulsa foi o local onde aconteceu um dos piores casos de violência racial da história dos Estados Unidos, em 1921, quando centenas de afro-americanos foram massacrados por uma multidão branca que incendiou empresas e casas propriedade de negros.

No início deste ano, Northam assinou legislação sobre a abolição do Lee-Jackson Day, um feriado estatal com o nome de dois generais confederados.

Os Estados Unidos têm sido palco de manifestações por todo o país para exigirem medidas para pôr fim ao legado de opressão racial e de discriminação dos afro-americanos na sequência da morte, a 25 de maio, de George Floyd, um negro que morreu sob custódia da polícia em Minneapolis.

"Quero ser uma força da mudança e quero ajudar a criar sinergias. Quer seja com u a reforma nos departamentos policiais, quer numa vasta campanha de sensibilização para as questões raciais. E se o Dia da Liberdade é parte disso, melhor", afirmou Cuomo.

A decisão do governador de Nova Iorque também surge como forma de pressionar os departamentos policiais do estado nova-iorquino a concretizar, de facto, as reformas necessárias nos próximos meses.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela