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Nobel para Trump? Ex-embaixador de Singapura diz que sim

12 de junho de 2018 às 14:21

Cimeira entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, realizou-se esta terça-feira.

O ex-embaixador de Singapura nas Nações Unidas Kishore Mahbubani disse, esta terça-feira, que Donald Trump merece o Prémio Nobel da Paz pelo "êxito" da cimeira com Kim Jong-un, que decorreu na cidade-Estado.

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Trump Kim documento cimeira EUA Coreia
Foto: SAUL LOEB/AFP/Getty Images
Kim Jong-un e Donald Trump
Kim Jong-un e Donald Trump
Trump cumprimenta Kim Jong-un em Singapura
Trump cumprimenta Kim Jong-un em Singapura
Trump cumprimenta Kim Jong-un em Singapura
Kim Jong-Un Trump
Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
Kim Jong-Un Trump
Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

"Sinceramente, se tivesse de escrever um artigo sobre esta cimeira, diria que deveríamos nomear Donald Trump para o Prémio Nobel da Paz", disse àLusaKishore Mahbubani, considerando que o presidente dos EUA está a contribuir para o desanuviar da tensão na península coreana.

"Uma das fronteiras mais perigosas do mundo - entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul - de repente ficou menos perigosa, graças a Donald Trump. É por isso que ele merece o Prémio Nobel da Paz", acrescentou.

Kishore Mahububani, 70 anos, foi diplomata de Singapura durante 33 anos, ocupou o cargo de embaixador da cidade-Estado nas Nações Unidas e é professor de Políticas Públicas Aplicadas na Universidade Nacional de Singapura.

Mahububani está em Lisboa para o lançamento do livro A Queda do Ocidente - Uma Provocação, em que interpreta as actuais relações políticas ocidentais e a realidade no Extremo Oriente.

A cimeira entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, realizou-se esta terça-feira em Singapura.

A declaração final faz referência à recuperação dos restos mortais de prisioneiros de guerra e ao estabelecimento de novas relações entre os dois países no sentido "da paz e da prosperidade".

O texto final da cimeira prevê também a troca de restos mortais de prisioneiros e informações sobre soldados desaparecidos em combate durante a Guerra da Coreia (1950-1953).

O líder norte-coreano reafirma ainda o compromisso de "desnuclearização completa" da Península da Coreia.

"Se nos lembrarmos como estava a situação há um ano - com a Coreia do Norte a executar testes com mísseis e a realizar ensaios nucleares, e com Donald Trump e Kim Jong-un a insultarem-se um ao outro -, a situação na Península da Coreia ia de mal a pior. Agora, um ano depois, assistimos a um grande volte-face", sublinhou Kishore Mahbubani.

Para o ex-diplomata de Singapura, "afinal" o regime norte-coreano mostrou que é "muito racional" e que se pode negociar com Pyongyang.

"Eu fui diplomata durante 33 anos e uma das grandes lições da diplomacia é a de que devemos falar uns com os outros. Uma pessoa fica surpreendida com os progressos que são possíveis quando entendemos as preocupações e as necessidades dos outros. Os processos são mesmo assim. Donald Trump e Kim Jong-un agora percebem-se melhor", acrescentou Kishore Mahbubani.

Para o académico e ex-diplomata, no processo da península coreana Singapura deve limitar-se a servir "chá e café".

Porém, destacou, a cidade-Estado é um dos poucos pontos do mundo capaz de acolher um encontro entre Pyongyang e Washington, ao mais alto nível.

"Tal como o primeiro-ministro de Singapura disse: 'nós só estamos aqui para servir chá e café'. Não é inteligente para Singapura envolver-se nos aspectos substanciais da questão, mas é muito importante criarmos um ambiente confortável para os Estados Unidos e para a Coreia do Norte, dado que temos relações diplomáticas com ambos os países. Somos um dos poucos Estados que podem garantir neutralidade e segurança para a realização de um encontro histórico como este", concluiu.

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