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Nikki Haley esquece escravatura como causa da Guerra Civil e é criticada

Diogo Barreto 28 de dezembro de 2023 às 19:47

A candidata à nomeação republicana voltou atrás horas depois e reconheceu a importância da "liberdade individual" e de como a escravatura é uma "nódoa" na história da América.

A candidata à presidência norte-americana Nikki Haley foi alvo de várias críticas por ter omitido a importância que a escravatura teve na Guerra Civil americana. A candidata à nomeação republicana reconheceu o erro e afirmou que a escravatura "é uma nódoa na [história dos] Estados Unidos da América".

Reuters

A candidata republicana foi questionada, durante uma reunião pública em New Hampshire, sobre quais os antecedentes que levaram à Guerra Civil norte-americana que opôs os estados mais a Norte e o sul confederado. Haley, entre as respostas dadas, elencou sobre o papel do governo de então, afirmando que a Guerra Civil foi espoletada por temas relacionados com aquilo que as pessoas "podiam ou não fazer", mas omitiu o combate à escravatura. A ex-embaixadora nas Nações Unidas e ex-governadora da Carolina do Sul (estado onde se considera ter começado a Guerra Civil) foi altamente criticada por esta resposta, tendo sido postos em causa os seus conhecimentos sobre história americana. 

Quando confrontada com esta omissão, Haley respondeu: "O que quer que diga sobre a escravatura?", dando seguimento para outras questões.

Adversários, incluindo alguns dentro de seu próprio partido, aproveitaram a resposta de Haley para a atacar. O governador da Flórida, Ron DeSantis, um potencial rival para a nomeação presidencial republicana de 2024, compartilhou um vídeo da resposta nas redes sociais, comentando apenas: "Eish" ("Yikes"). DeSantis acusou Haley de não ter conhecimentos básicos de história americana e enfatizou a importância de reconhecer o papel da escravatura na Guerra Civil.

Várias horas depois, a campanha de Haley divulgou uma entrevista em que a candidata afirmava: "Claro que a Guerra Civil foi sobre a escravatura" e classificou esta prática como "uma nódoa nos Estados Unidos". Sublinhou depois que a liberdade é importante e que "os direitos e liberdades individuais são importantes para todas as pessoas".

A antiga embaixadora para as Nações Unidas tem-se apresentado como a melhor alternativa a Donald Trump para as eleições presidenciais norte-americanas. Esta não é a primeira vez que Haley enfrenta críticas devido à Guerra Civil. Em 2010, durante a campanha para governadora, Haley caracterizou o conflito como uma luta entre "tradição" e "mudança" e defendeu a bandeira confederada como "algo não racista".

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