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NATO exorta Assad e Moscovo a pararem “ataques horrendos” contra civis na Síria

11 de fevereiro de 2020 às 11:50

Stoltenberg lamentou que Damasco, com o apoio de Moscovo, esteja a levar a cabo "ataques indiscriminados que incluem também alvos civis", insistindo que é imperioso "travar esta matança".

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, exortou hoje o regime sírio de Bashar al-Assad e a Rússia, sua aliada, a porem fim aos "ataques horrendos" no noroeste da Síria, designadamente em Idlib, que têm feito muitas vítimas entre civis.

"Estou muito preocupado com a situação em Idlib, porque estamos a assistir a ataques horrendos contra civis, e centenas de milhares de pessoas são forçadas a fugir" de suas casas, observou Stoltenberg, durante uma conferência de imprensa no "quartel general" da NATO, em Bruxelas, na véspera de uma reunião de ministros da Defesa da Aliança Atlântica.

O secretário-geral da NATO lamentou que Damasco, com o apoio de Moscovo, esteja a levar a cabo "ataques indiscriminados que incluem também alvos civis", insistindo que é imperioso "travar esta matança, estes ataques horrendos contra inocentes em Idlib".

"Exortamos Assad e a Rússia, porque a Rússia está a prestar apoio ao regime de Assad, a parar estes ataques, a respeitar a lei internacional e a apoiar totalmente os esforços da ONU em busca de uma solução pacífica. Isto é urgente, porque as pessoas estão a sofrer neste preciso momento em que falamos", declarou.

O secretário-geral da NATO disse esperar "que esta seja uma questão levantada pelos ministros dos Aliados durante a reunião" que decorre entre quarta e quinta-feira em Bruxelas, e na qual Portugal estará representado pelo ministro João Gomes Cravinho.

Quase 700.000 pessoas tiveram de abandonar as suas casas no noroeste da Síria desde dezembro passado, devido à ofensiva das forças governamentais apoiadas pela Força Aérea russa, denunciou a ONU, num relatório divulgado na segunda-feira.

O noroeste da Síria é o último grande reduto das forças rebeldes ao regime do Presidente Bashar al-Assad e, desde abril de 2019, as forças do regime sírio, com o apoio da Rússia (o seu aliado tradicional), têm conduzido e intensificado ataques nesta zona (província de Idlib e arredores).

Após um cessar-fogo unilateral iniciado em agosto último, as forças leais a Bashar al-Assad retomaram, em 19 de dezembro, as ações militares nesta província.

A 15 de janeiro foi decretado outro cessar-fogo, mas este seria rompido apenas três dias depois, segundo o relato do Observatório Sírio de Direitos Humanos, que acrescentou que as hostilidades se têm repetido de forma contínua no oeste de Alepo e no sul de Idlib, provocando a morte de dezenas de civis.

O exército sírio, com o apoio russo, conquistou, entretanto, a cidade estratégica de Maarat al Numan, a segunda mais importante da província de Idlib, consolidando o avanço das forças governamentais sírias em direção ao norte da província.

A região de Idlib e do oeste de Alepo é praticamente controlada pelo Organismo de Libertação do Levante, uma aliança que integra o grupo ‘jihadista’ Hayat Tahrir al-Sham (HTS, grupo controlado pelo ex-braço sírio da Al-Qaida).

Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos ‘jihadistas’, e várias frentes de combate.

Num território bastante fragmentado, o conflito civil na Síria provocou, desde 2011, quase 400 mil mortos, incluindo mais de 100 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados.

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