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Mortes violentas no Brasil batem recorde e chegam aos 63 mil casos

09 de agosto de 2018 às 18:48

Este número representa uma média de sete mortes por hora durante o ano de 2017, segundo o relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O Brasil registou 63.880 assassínios violentos em 2017, um recorde para o país, segundo um relatório divulgado esta quinta-feira pela organização não-governamental Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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Foto: GettyImages
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Em média, sete pessoas foram mortas no país por hora no ano passado, elevando a taxa de homicídios em 2,9% entre 2016 e 2017. No total, o país registou pela primeira vez uma taxa de 30,8 assassínios por cada 100 mil habitantes.

O Brasil teve 55.900 casos de homicídios dolosos (crimes cometidos com intenção prévia de matar), que cresceram 2,1%, 2.460 registos de roubos seguidos de morte, houve uma redução de 8,2%, e 955 registos de lesões corporais seguidas de morte, uma subida de 12% em 2017 na comparação com 2016.

A organização destacou que a maioria do país conseguiu reduzir o número de homicídios em 2017, mas em 12 estados houve um crescimento tão intenso que fez aumentar a percentagem.

Entre os estados mais violentos do Brasil, segundo o relatório, estão Ceará, Acre, Pernambuco e Rio Grande do Norte, todos no norte e nordeste do país.

Os estados com menor taxa de assassínios violentos foram São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal.

O estudo mostrou que a 5.144 ocorreram no âmbito de operações da polícia, um crescimento de 20% em relação a 2016. Isso significa que 14 pessoas foram mortas por dia por agentes da polícia no Brasil.

Já o número de polícias mortos violentamente caiu 4,9%, somando 367 casos. Embora o índice tenha recuado, um agente da polícia civil ou militar foi assassinado por dia no Brasil em 2017.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número registado de violações subiu 8,4% em relação a 2016, totalizando 60.018 casos.

Houve 221.238 registos de violência doméstica e 1.133 casos de crime de ódio baseado no género em 2017.

O estudo também apontou que 82.684 pessoas desapareceram no país apenas em 2017.

Embora a violência que resultou em morte tenha crescido no Brasil, o estudo indicou que os gastos governamentais com o financiamento da política de segurança pública no país subiram 0,8%, totalizando 84,7 mil milhões de reais (19,2 mil milhões de euros).

O levantamento divulgado hoje levou em consideração apenas informações oficiais compiladas de registos das polícias sobre criminalidade, sistema prisional e gastos com segurança pública.

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