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Moçambique: População a salvo, mas com fome

30 de abril de 2019 às 12:48

Apesar de continuar a haver campos alagados e sete vias de comunicação cortadas, não há registo de inundações a isolar população após o ciclone Kenneth.

As chuvas estão a abrandar no Norte de Moçambique, numa altura em que apenas um rio está acima do nível de alerta, disseram esta terça-feira fontes das autoridades à Lusa.

Apesar de continuar a haver campos alagados e sete vias de comunicação cortadas, não há registo de inundações a isolar população após o ciclone Kenneth.

Decorrem operações de assistência humanitária com distribuição de alimentos e outros mantimentos, que hoje pelo segundo dia voltam a contar com apoio aéreo - na segunda-feira foi feito apenas um voo devido a um agravamento das condições meteorológicas.

"A partir do dia 1 e 2 poderemos ter um abrandamento de chuvas" que, no entanto, podem ainda ser "localmente fortes nos distritos da faixa costeira, como Palma, Quissanga, Macomia e Pemba", referiu Maria Angelina Ximango, diretora provincial do serviço de meteorologia.

As condições atmosféricas derivadas da passagem do ciclone ainda influenciam a região, "com ventos do mar e humidade. É uma situação de grande complexidade, que exige grande poder de acompanhamento e tem variações em curto espaço de tempo".

A capital da província de Cabo Delgado, Pemba, já registou desde a passagem do ciclone Kenneth, na quarta-feira, quase 500 milímetros de precipitação acumulada, ou seja, o equivalente a duas épocas chuvosas - que vão de novembro a abril.

Ao nível hidrológico, "o rio Megaruma é o único com caudal acima do nível de alerta", mas também a baixar, referiu Eurico Felisberto Saíze, diretor dos serviços hidrológicos do Norte de Moçambique.

O ciclone Kenneth e as cheias que se seguiram já provocaram 38 mortos e há cerca de 168.000 pessoas afetadas, segundo dados oficiais.

O primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário anunciou na segunda-feira durante uma conferência de imprensa em Pemba que os números podem subir, dado que estão por fazer levantamentos em zonas remotas em que as autoridades ainda não conseguiram chegar.

A rede de comunicações da região é fraca, com uma única estrada asfaltada a cruzar Cabo Delgado de Norte a Sul, sendo o resto constituído por vias de terra batida.

Com a passagem do ciclone a situação piorou e sete vias permanecem cortadas, entre as quais as que permitem chegar aos cais de embarque para a ilha do Ibo, no arquipélago das Quirimbas, onde há 15.000 afetados.

Helicópteros do Programa Alimentar Mundial (PAM) estão hoje a carregar ajuda alimentar (biscoitos de alto valor energético) para a ilha.

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