Macron apela à união dos moderados contra a extrema-direita nas eleições antecipadas
Presidente francês sofreu uma pesada derrota nas eleições europeias para a extrema-direita. Esta quarta-feira anunciou medidas eleitoralistas e defendeu que marcar eleições era o único caminho possível.
O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu, em conferência de imprensa, quatro dias depois de convocar eleições legislativas antecipadas, aos partidos rivais de ambos os lados do centro político que se juntem a ele na formação de uma aliança democrática contra o Convergência Nacional (RN, na sigla em francês) de Marine Le Pen nas próximas legislativas antecipadas.
O partido de Macron foi humilhado nas eleições europeias do passado fim de semana, levando o presidente francês a anunciar logo na noite de domingo a marcação de eleições para 30 de junho. Esta quarta-feira, admitiu que não podia continuar indiferente após os resultados, porque estes "expressaram as suas preocupações sobre as migrações, a segurança e o custo de vida", do povo francês, que está desiludido com a atual governação.
Numa tentativa de justificar a sua decisão, o presidente acredita que há a necessidade de esclarecer o que o povo francês quer para o futuro político do país. "Manifestaram a vossa raiva, mensagem recebida. Mas será que uma expressão de raiva é a resposta para a vossa vida quotidiana? Eu digo que não."
Macron apelou agora aos "muitos dos nossos compatriotas e dirigentes políticos que não se reconhecem na febre extremista" para "construir um novo projeto, uma coligação para governar, uma coligação para agir ao serviço dos franceses e da República".
Mesmo que o RN obtenha a maioria nas eleições agendadas para 30 de junho e com segunda volta a 7 de julho, Macron permanecerá presidente por mais três anos e continuará a ser responsável pela política externa e de defesa. Mas perderia o controlo sobre a agenda interna, incluindo a política económica, a segurança, a imigração e as finanças.
Na sua conferência de imprensa, Macron afirmou que não se demitirá se o seu partido perder e que não irá debater com Le Pen.
Numa conferência marcada por vários momentos, desde o apelo à aliança política, as críticas da extrema-direita, ainda houve tempo para apresentar as medidas que farão parte da campanha política.
As medidas abrangem várias áreas sensíveis do país como a parte social, imigração, ambiental e ainda sobre a política externa. Reduzir a imigração e instalar oito reatores nucleares em França, estão entre as medidas apresentadas.
Sobre à política externa, admite que quer uma França como "potência de paz e equilíbrio", em relação à Ucrânia quer aos acontecimentos no Médio Oriente. Algo que, diz, nem o bloco da extrema-direita nem o bloco de países mais à esquerda são capazes de garantir.
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