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Líder da oposição da Coreia do Sul esfaqueado no pescoço

Andreia Antunes com Leonor Riso 02 de janeiro de 2024 às 09:40

O agressor aproximou-se para pedir um autógrafo tendo, em seguida, esfaqueado Lee Jae-myung com uma faca. O homem foi rapidamente detido no local.

Lee Jae-myung, líder do partido da oposição da Coreia do Sul, foi esfaqueado durante uma visita à cidade de Busan, tendo sido hospitalizado com ferimentos do lado esquerdo do pescoço.

REUTERS/Heo Ran

O ataque ocorreu durante uma sessão de perguntas e respostas com jornalistas, após uma visita ao local de construção do novo aeroporto na ilha de Gadeok, junto à costa de Busan.

O agressor, um homem de 67 anos, aproximou-se do líder de oposição para lhe pedir um autógrafo tendo, em seguida, esfaqueado Lee Jae-myung com uma faca de 18 centímetros. O homem, que estaria a usar uma coroa de papel com o nome de Lee, foi rapidamente detido no local.

Lee Jae-myung foi levado para o hospital da Universidade Nacional de Pusan, para tratamento, e mais tarde foi transportado para o hospital de Seul, onde será submetido a uma intervenção cirúrgica. Os seus ferimentos não constituem perigo de vida, segundo as autoridades.

O suspeito, que usava uma coroa de papel que dizia "eu sou Lee Jae-myung", recusou-se a responder às perguntas da polícia sobre os seus motivos.

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, condenou o ataque, afirmando que este tipo de violência não deve ser tolerado em nenhuma circunstância. Yoon Suk-yeol mostrou também preocupação com Lee Jae-myung, tendo indicado às autoridades competentes para lhe prestarem os melhores cuidados médicos e à polícia investigar o incidente.

O líder do Partido Democrático perdeu para o atual presidente numa renhida corrida presidencial em 2022. É esperado que Lee se candidate novamente à presidência em 2027, sendo que sondagens recentes indicam que continua a ser um forte candidato.

Lee Jae-myung está atualmente a ser julgado por alegado suborno decorrente de um projeto de desenvolvimento enquanto era presidente da câmara de Seongnam. O líder de opisição negou qualquer irregularidade, intitulando as alegações de "ficção" e de "conspiração política."

Este não é dos primeiros ataques a políticos que ocorreu na Coreia do Sul. O antecessor do líder de oposição, Song Young-gil, foi atacado em 2022 num evento público por um agressor que o atingiu na cabeça com um objeto cortante.

A líder do partido conservador da oposição, Park Geun-hye, que mais tarde foi presidente, foi atacada com uma faca num evento em 2006, tendo sofrido um corte no rosto que exigiu cirurgia.

Uma revolta estudantil em 1980, em resposta à tomada do poder pelos militares, foi também objeto de uma repressão brutal, que culminou com centenas de mortos e milhares de manifestantes às mãos dos paraquedistas militares, e de outras unidades militares em Gwangju.

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