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Leoa à solta em Berlim? Afinal podia ser um javali

Andreia Antunes com Leonor Riso 21 de julho de 2023 às 17:13

As buscas já cessaram e um especialista garante que vários elementos apontam para a inexistência de um felino à solta.

A polícia alemã cessou as buscas motivadas pela alegada leoa que andava à solta perto da cidade de Berlim. Agora, as autoridades acreditam que se tratava de um javali.

Desde a manhã de quinta-feira, 20, que as autoridades andavam à procura do animal selvagem depois de terem sido avisados por um cidadão, e de o animal ter sido captado numa fotografia. Após não terem sido encontradas pegadas ou qualquer material de ADN - como dejetos - nas áreas onde tinha sido avistado o animal, as buscas foram canceladas.

Rainer Altenkamp, especialista em vida selvagem e presidente da organização ambiental NABU Berlin, disse ao jornal alemão Bild que tinha a certeza de que o suposto vídeo do leão mostrava um javali. "Mesmo a cauda curta e caída, com uma borla de cerca de dez centímetros de comprimento, exclui a possibilidade de se tratar de uma leoa", afirmou num comunicado de imprensa.

Acrescenta que "as outras características reconhecíveis, por exemplo, o dorso redondo e a cabeça alongada, encaixam muito bem com um javali e contra ser um predador". O comportamento de escavação do animal no vídeo é descrito pelo especialista como "tipicamente de um javali", bem como o facto de não ter tido qualquer reação à luz que lhe foi apontada.

O presidente da Câmara de Kleinmachnow, Michael Grubert (na imagem), disse numa conferência de imprensa na tarde desta sexta-feira que não foi encontrado nada pela polícia de Berlim. "A polícia vai permanecer em alerta caso a situação mude", garantiu, afirmando que não existe perigo.

A população foi aconselhada a permanecer em casa e evitar as zonas florestais. Foram também dados conselhos de como lidar com o animal selvagem caso alguém o encontrasse, como ficar parado e evitar o contacto visual.

As buscas pelo animal tinham-se intensificado nesta sexta-feira, com cerca de 120 agentes da polícia e especialistas em vida selvagem a percorrer as zonas florestais da região. Foram utilizados drones, helicópteros e câmaras de detenção de calor.

Os recursos públicos utilizados para a grande operação da perseguição de uma ameaça que não se justificou estão a ser criticados. Porém, as autoridades garantem que as "medidas de busca eram justificadas".

Michael Grubert REUTERS/Annegret Hilse
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