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Jamaicano viveu 50 anos em Nova Iorque e administração Trump deportou-o... para África

Gabriela Ângelo 25 de novembro de 2025 às 11:28

Orville Etoria já regressou à Jamaica mas foi enviado para o Essuatíni com o qual não tinha qualquer ligação.

Durante a campanha eleitoral Donald Trump prometeu deportar mais 10 milhões de imigrantes e tem ameaçado utilizar força militar para o fazer. Agora a sua administração deportou pessoas para países africanos sem terem qualquer ligação a eles.
Orville Etoria, deportado de Nova Iorque, regressa à Jamaica após envio para Essuatíni AP
Foi o caso de Orville Etoria, um jamaicano de que viveu durante 50 anos em Nova Iorque e foi deportado para uma prisão no reino de Essuatíni, um país da África Austral situado abaixo de Moçambique, com o qual não tinha quaisquer laços. Segundo o jornal norte-americano, , Etoria de 62 anos foi condenado por matar um homem a tiro em Brooklyn, há quase três décadas. Cumpriu 25 anos de prisão e trabalhava num abrigo para homens, até junho, quando os serviços de imigração dos Estados Unidos, ICE, o prenderam, após um dos seus check-ins. De um centro de detenção em Nova Iorque foi transferido para o Centro de Processamento de Serviços de El Paso, no Texas. A 14 de julho foi integrado num grupo de homens de diversas nacionalidades e como conta à revista norte-americana, , presumiu que seriam deportados para os seus respetivos países. Assim que embarcaram no voo algemados questionaram os agentes para onde estavam a ser levados e receberam apenas uma resposta: “O primeiro voo dura seis horas e o segundo voo dura oito”. Foram primeiro para Djibouti, um país africano na África Oriental, onde foram transferidos para um avião de carga militar para completar a sua viagem até ao Essuatíni, antiga Suazilândia, um país do qual nunca tinha ouvido falar.  A administração Trump tem ameaçado a deportação para países desconhecidos como forma de dissuadir a imigração ilegal. Segundo o The New York Times, o governo norte-americano afirma que o país natal de Orville Etoria se recusou em recebê-lo, algo que as autoridades jamaicanas negam. Ele mudou-se para os Estados Unidos em 1976 e era residente legal até lhe ser retirado o direito de residência enquanto cumpria a pena de prisão. Contudo, quando foi libertado em 2021, os serviços de imigração permitiram-lhe que se apresentasse anualmente nos centros da ICE para verificarem os seus documentos.  De acordo com a publicação, o governo do Essuatíni afirmou em comunicado que esteve envolvido em negociações para repatriar as restantes quatro pessoas que foram deportadas dos Estados Unidos, naturais de Cuba, Laos, Vietname e Iémen. No entanto, o The New York Times dá conta ainda de que o governo do país africano chegou a solicitar meio milhão de dólares aos Estados Unidos para acolher deportados de outros países.   
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