Irão: mulher condenada a 13 anos de prisão por denunciar morte do filho
As organizações pela defesa dos direitos humanos no irão acreditam que pelo menos 380 manifestantes tenham sido mortos e mais de 16 mil pessoas presas desde a morte de Mahsa Amini.
Mahsa Yazdanim foi condenada a 13 anos de prisão por de ter utilizado as redes sociais para exigir justiça depois da morte do seu filho. Mohammad Javad Zahedi tinha apenas 20 anos quando foi morto pela polícia iraniana durante uma manifestação contra o regime, em setembro do ano passado.
Após a mãe ter denunciado o caso foi acusada de blasfémia, incitação ao ódio, insulto ao líder supremo e difusão de propaganda contra o regime. Após o julgamento foi condenada a 13 anos de prisão, os primeiros cinco sem a possibilidade de obter liberdade condicional, denunciaram grupos de ativistas pelos direitos humanos no país.
Mohammad Javad Zahedi começou a participar nos protestos depois de Mahsa Amini ter morrido nas mãos da polícia da moralidade mas apenas foram precisos poucos dias para que imagens do seu corpo marcado com balas de espingarda começassem a circular nas redes sociais.
A família garante que o jovem foi atingido com vários tiros à queima-roupa nas costas e na cabeça e o relatório médico confirma que as balas são de espingardas. A morte do seu filho levou Mahsa Yazdanim a condenar publicamente os ataques das autoridades iranianas aos manifestantes e a apelar que fosse feita justiça por todos aqueles que morreram durante os protestos.
O Centro de Direitos Humanos do Irão denunciou a "vergonhosa condenação de Mahsa Yasdani, uma mãe em luto à procura de justiça para o seu filho". A organização reforçou ainda que "centenas de mães foram impedidas de procurar justiça para os seus entes queridos assassinados enquanto elas próprias eram perseguidas por simplesmente levantarem a voz".
Esta sentença foi conhecida num momento em que as autoridades iranianas parecem querer reprimir a indignação das famílias dos mortos durante os protestos. Em maio deste ano o pai e a irmã de Abolfazl Adinezadeh, outro jovem morto pelas forças de segurança, foram acusados de "propaganda antigovernamental" e desde então a sua família tem sido alvo de constantes ameaças, confessou o seu advogado aoThe Guardian.
Também o pai do campeão de karaté Mohammed Mehdi Karami, executado em janeiro, foi detido em agosto depois de implorar publicamente por misericórdia antes da execução, até ao momento não são conhecidas mais informações sobre a sua situação e acredita-se que continue detido.
As organizações pela defesa dos direitos humanos no irão acreditam que pelo menos 380 manifestantes tenham sido mortos e mais de 16 mil pessoas presas desde a morte de Mahsa Amini.
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