Secções
Entrar

Irão. Estudante é detida após despir-se em público em protesto

Luana Augusto 03 de novembro de 2024 às 14:41

Assédio por parte de agentes de segurança motivou a ação da jovem. Amnistia do Irão apela agora à sua libertação.

As autoridades iranianas prenderam, no sábado (2), uma estudante que se despiu num campus universitário. A ação, que se seguiu após ter sido assediada por agentes de segurança por usar alegadamente o hijab de forma incorreta, serviu como forma de protesto contra o rigoroso código de moralidade implementado pelo Irão às mulheres. 

X

O episódio, que foi gravado por outros estudantes universitários, através de uma sala de aula com vista para o campus da Universidade Islâmica Azad, no Teerão, circula agora pelas redes sociais e já atraiu muita atenção. Já valeu também muitos elogios pela "ousadia" e "coragem" da jovem.

Um jornal afiliado da universidade informou que a mulher terá sido transferida para um hospital psiquiátrico. 
Até ao momento ainda não foram divulgadas mais informações acerca da identidade da jovem. No entanto, a Amnistia do Irão já fez pressão para que haja uma libertação imediata e incondicional da mulher. 

"As autoridades iranianas devem libertar imediata e incondicionalmente a estudante universitária que foi violentamente presa a 2 de novembro após ter tirado as suas roupas, em protesto contra a aplicação abusiva do véu obrigatório", lê-se numa publicação feita no X.

Adelegação do irão da organização Amnistia Internacional apelou ainda à proteção da jovem contra a "tortura e outros maus-tratos", enquanto esta aguarda pela sua libertação. A Amnistia exigiu ainda que lhe fosse concedido acesso à família e a um advogado. 

"Enquanto aguarda a sua libertação, as autoridades devem protegê-la da tortura e outros maus-tratos e garantir acesso à família e advogado. Alegações de espancamentos e violência sexual contra ela durante a prisão precisam de investigações independentes e imparciais. Os responsáveis devem ser responsabilizados", acrescenta a organização. 

O diretor das relações públicas da univerdade, Syed Amir Mahjoub, entretanto também já se manifestou. Disse que os agentes de segurança entregaram a estudante à polícia e que estes negaram um confronto físico. Acrescentou ainda que as investigações iniciais revelam que a mulher sofre de um distúrbio psicológico e que está em grave sofrimento. 

Desde 2022 – ano em que se registou a morte de Mahsa Amini, uma mulher curda iraniana que foi presa por violação do código de moralidade - que têm surgido vários protestos um pouco por todo o país.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

A longa guerra dos juízes que não se suportavam - o ataque

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

A longa guerra dos juízes que não se suportavam - o contra-ataque

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Vida

Encontraram soldados nazis enterrados no quintal

TextoSusana Lúcio
FotosSusana Lúcio
Exclusivo

Repórter SÁBADO. Jihadista quer cumprir pena em Portugal

TextoNuno Tiago Pinto
FotosNuno Tiago Pinto