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"Irão está preparado para a guerra" com EUA

20 de junho de 2019 às 10:25

Irão anunciou, esta quinta-feira, o abate de um drone norte-americano, em violação do espaço aéreo no sul do país. Uma "mensagem clara", segundo o comandante dos Guardas da Revolução do Irão, Qassem Soleimani.

O comandante dos Guardas da Revolução do Irão, o general iraniano Qassem Soleimani, disse esta quinta-feira que o país "não tem qualquer intenção" de entrar em conflito com algum país do mundo mas "está pronto para a guerra".

A declaração do Irão surge depois de o país ter anunciado, hoje, o abate de um avião não-tripulado (‘drone’) norte-americano, em violação do espaço aéreo no sul do país, enviando assim uma "mensagem clara" aos Estados Unidos, segundo o general.

IRGC-affiliated FarsNews says the IRGC has shot down a US surveillance drone, RQ-4 Goobal Hawk, when it was "flying over Iran southern sealines" In the Persian Gulf. https://t.co/iWbCsHvFwx pic.twitter.com/pCSZ0TBWmH

O general disse ainda que o Irão "não tem qualquer intenção de guerra com qualquer país, mas está pronto para a guerra", num discurso em direto na televisão estatal.

A violação das fronteiras da república islâmica do Irão "representa a linha vermelha" do Irão, adiantou o general, citado pela agência de noticias iraniana Tasnim.

Os Guardas da Revolução do Irão anunciaram hoje o abate de um avião não-tripulado ('drone') norte-americano, numa nova escalada de tensão entre Washington e Teerão.

Este incidente ocorreu num contexto de fortes tensões entre o Irão e os Estados Unidos, depois de, na passada quinta-feira, dois petroleiros, um norueguês e um japonês, terem sido alvo de ataques no estreito de Ormuz, tendo o Irão negado o seu envolvimento e sugerido poder tratar-se de um golpe norte-americano para justificar o uso da força contra a República Islâmica.

Na segunda-feira, os países-membros da UE mostraram-se prudentes na atribuição de responsabilidades nos ataques no golfo de Omã, recusando-se a alinhar com Washington e Londres, que culparam Teerão, e ainda a Arábia Saudita, rival regional do xiita do Irão e aliada dos Estados Unidos.

Também na segunda-feira, o ministro da Defesa norte-americano, Patrick Shanahan, anunciou que vão ser enviados cerca de mil soldados para o Médio Oriente, sustentando que "os recentes ataques iranianos validam informações viáveis e credíveis sobre o comportamento hostil das forças iranianas e dos grupos que apoiam, o que representa uma ameaça para os cidadãos e os interesses norte-americanos no conjunto da região".

Em meados de maio, o Pentágono já tinha enviado para o golfo um porta-aviões, o USS "Abraham Lincoln", um navio de guerra, bombardeiros B-52 e uma bateria de mísseis Patriot. No final do mesmo mês, tinha anunciado a transferência para o Médio Oriente de mais 1.500 soldados.

O diferendo entre os Estados Unidos e o Irão é longo e a crispação está a aumentar desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou, há um ano, o país do acordo nuclear internacional de 2015, assinado entre os 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China – mais a Alemanha) e o Irão, restaurando sanções devastadoras para a economia iraniana.

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