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Investigação sobre explosão no porto de Beirute foi temporariamente suspensa

17 de dezembro de 2020 às 15:38

Pedido de desqualificação do juiz de instrução do processo, que acusou o antigo primeiro ministro libanês, Hassan Diab, e três ex-ministros de "negligência e de ter causado centenas de mortes", atrasou processo.

A investigação sobre a explosão no porto de Beirute, que ocorreu a 04 de agosto, foi temporariamente suspensa, disse hoje uma fonte judicial local, após um pedido de desqualificação do juiz de instrução do processo.

O juiz de instrução Fadi Sawan acusou em 10 de dezembro o primeiro-ministro cessante libanês, Hassan Diab, e três ex-ministros, Ali Hassan Khalil (Finanças), Ghazi Zaayter e Youssef Fenianos (que lideraram o Ministério de Obras Públicas e Transporte) neste processo.

Acusados de "negligência e de ter causado centenas de mortes", foram intimados esta semana para serem interrogados pelo juiz de instrução mas nenhum dos quatro homens chegou a ser interrogado.

Khalil e Zaayter, agora deputados, apresentaram um pedido de desqualificação do juiz de instrução, a quem acusam de ter violado a Constituição com os seus procedimentos instaurados contra ex-ministros e deputados, disseram hoje a fonte judicial.

O tribunal terá de tomar um decisão neste caso e, segundo a mesma fonte, "o juiz Sawan terá de suspender todos os procedimentos da investigação".

Programado para hoje, o interrogatório de Diab foi cancelado. O primeiro-ministro já havia se recusado na segunda-feira a comparecer à uma primeira convocação.

Em 04 de agosto, uma explosão no porto de Beirute em um depósito contendo toneladas de nitrato de amónio, armazenado sem precaução durante anos, deixou mais de 200 mortos e 6.500 feridos. Parte da capital foi destruída.

A acusação contra os ministros provocou protestos dentro da classe política. Os réus dizem que a acusação de um ministro deve ser feita através de votação no Parlamento.

Mas o juiz de instrução, cujo pedido ao Parlamento nesse sentido foi ignorado em novembro, acredita que tem a prerrogativa, já que se trata de uma ação penal.

No final de outubro, a Ordem dos Advogados de Beirute apresentou cerca de 700 queixas no tribunal em nome das pessoas afetadas por esta tragédia.

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