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Incêndio próximo de Chernobil não aumentou radioatividade para níveis perigosos

24 de abril de 2020 às 22:42

Segundo a avaliação da agência nuclear da Organização das Nações Unidas a partir dos dados fornecidos pelas autoridades ucranianas, o aumento dos níveis de radiação foi "muito pequeno" e "não representa nenhum risco para a saúde humana".

O incêndio que deflagrou na zona de exclusão da desmantelada central nuclear de Chernobil, na Ucrânia, não elevou a radioatividade no ar para níveis perigosos para a saúde humana, informou, esta sexta-feira, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

Segundo a avaliação da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) a partir dos dados fornecidos pelas autoridades ucranianas, o aumento dos níveis de radiação foi "muito pequeno" e "não representa nenhum risco para a saúde humana", após o fogo que deflagrou em 04 de abril.

"Esses níveis de radiação diminuem significativamente com o aumento da distância face ao local dos incêndios", acrescentou Elena Buglova, chefe do Centro de Emergência da AIEA, em comunicado.

A vegetação que ardeu na zona florestal em torno da central causou o aumento da radioatividade, devido às partículas que se libertaram do solo contaminado pelo acidente nuclear de 26 de abril de 1986, explicou a agência nuclear da ONU.

A AIEA sublinhou, porém, que a concentração de radioatividade no ar permaneceu abaixo dos padrões de segurança da Ucrânia e não apresentou nenhum problema de saúde pública.

Ateado acidentalmente por habitantes locais que estavam a queimar lixo, o fumo atingiu em 17 de abril a capital ucraniana, Kiev, cerca de 100 quilómetros a sul de Chernobil, com a qualidade do ar a cair para níveis inferiores aos de várias cidades da China, segundo a iqair.com.

O acidente no reator número 4 da central de Chernobil, em 26 de abril de 1986, foi o mais grave da história, tendo contaminado até três quartos da Europa com partículas radioativas, segundo estimativas.

Segundo estimativas oficiais, a explosão espalhou até 200 toneladas de material com uma radioatividade equivalente a 500 bombas atómicas como a que foi lançada em Hiroshima, no Japão, em 1945.

A contaminação causada pelo acidente continua a afetar milhares de pessoas que habitam na Ucrânia, na Bielorrússia e na Rússia, países que perfazem 70% dos quase 200 mil quilómetros quadrados de terrenos contaminados.

Os três restantes reatores da central continuaram a funcionar após o desastre, tendo o último sido desativado em 2000, assinalando o fim de toda a atividade industrial em Chernobil.

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