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Hackers ligados ao regime iraniano realizaram ciberataque ao Charlie Hebdo

Lusa 04 de fevereiro de 2023 às 10:27

Jornal francês tinha lançado, em dezembro, um concurso de caricaturas do líder iraniano, Ali Khamenei, como símbolo da repressão contra as mulheres no Irão.

Um recente ciberataque ao jornal satírico francês Charlie Hebdo, que ocorreu após um concurso de cartoons considerado insultuoso ao líder supremo do Irão, foi realizado por um grupo ligado ao regime de Teerão, adiantou esta sexta-feira a Microsoft.

Esteshackers, que se apresentaram como asAlmas Sagradas, são na realidade a empresa iraniana de segurança cibernética Emennet Pasargad, que a Microsoft apelida de Neptunium, destacou a gigante tecnológica norte-americana.

No início de janeiro, o grupoAlmas Sagradasanunciou que obteve os dados pessoais de mais de 200 mil assinantes e clientes do Charlie Hebdo e publicaram uma amostra.

Estas informações foram colocadas à venda por 20 bitcoins, ou cerca de 315.000 euros, segundo a Microsoft. Contactado pela agência France-Presse (AFP), o Charlie Hebdo não quis comentar esta informação.

"O que quer que se pense sobre as escolhas editoriais do Charlie Hebdo, publicar os dados pessoais de dezenas de milhares dos seus clientes representa uma séria ameaça", destacou a Microsoft.

O jornal Charlie Hebdo lançou, em dezembro, um concurso de caricaturas do líder iraniano, Ali Khamenei, como símbolo da repressão contra as mulheres no Irão, onde há meses decorrem inúmeros protestos.

A publicação satírica garantiu ter recebido mais de 300 propostas e milhares de ameaças depois de pôr a iniciativa em marcha.

As caricaturas sobre o regime iraniano foram publicadas, no início de janeiro, na edição especial para assinalar o aniversário do atentado que as instalações do Charlie Hebdo sofreram a 07 de janeiro de 2015 e que causou 12 mortos depois de ter publicado caricaturas de Maomé.

Esta situação gerou uma crise diplomática entre Paris e Teerão.

A empresa iraniana Emennet Pasargad era a empregadora de dois iranianos indiciados nos Estados Unidos por terem organizado uma operação de desinformação e tentado influenciar as eleições presidenciais norte-americanas de novembro de 2020.

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