França. Governo de Barnier cai ao fim de 91 dias
Governo francês foi esta quarta-feira derrubado no Parlamento ao ver ser aprovada a moção de censura apresentada pela Nova Frente Popular. Presidente francês só deverá falar ao país na quinta-feira pelas 20h locais.
Noventa e um dias após ter tomado posse, o Governo francês foi esta quarta-feira (4) derrubado no Parlamento. O Executivo, liderado por Michel Barnier, enfrentou duas moções de censura - uma apresentada pela esquerda da Nova Frente Popular e outra pela União Nacional, de extrema-direita. A primeira acabou por ser aprovada com os votos da força liderada por Marine Le Pen.
A moção, apresentada pelas forças de esquerda, foi aprovada com 331 votos, bem acima dos 288 necessários. A soma dos deputados da Nova Frente Popular e da União Nacional é de 325.
Aguardam-se agora as palavras do presidente francês. Segundo a imprensa francesa, Emmanuel Macron falará ao país a partir das 20h de quinta-feira (19h de Portugal Continental). A comitiva do chefe de Estado entretanto ainda não forneceu detalhes sobre para quando está prevista a nomeação de um novo primeiro-ministro.
Esta é a primeira vez, desde 1962, que o governo francês é derrubado. A última vez que se registou um cenário idêntico foi há 62 anos, quando o governo do então presidente Georges Pompidou caiu. Com este resultado, Michael Barnier torna-se, assim, o primeiro-ministro francês com o mandato mais curto de sempre na V República.
Barnier apelou à "responsabilidade"
A encerrar o debate de duas horas, Barnier apelou à "responsabilidade" dos deputados, num derradeiro esforço para que parte dos parlamentares da Nova Frente Popular não apoiassem a moção.
Marine Le Pen, por seu turno, indicou que a União Nacional iria votar favoravelmente a moção da esquerda, sublinhando que iria "usar" a Nova Frente Popular "como uma ferramenta".
Com a queda do Governo, o Presidente francês, Emmanuel Macron, pode tentar apresentar um novo Executivo, que terá de passar pelo crivo da Assembleia Nacional. A tarefa adivinha-se complexa, uma vez que a própria escolha de Barnier foi demorada e o apoio à escolha foi frágil.
Macron já garantiu, no entanto, que não se demitirá antes do fim do seu mandato, em 2027.
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