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Governo de Barnier a horas de cair. Le Pen antevê fim de Executivo "efémero"

Jornal de Negócios 04 de dezembro de 2024 às 17:07

O Governo francês, liderado por Michel Barnier, deverá ser derrubado esta quarta-feira pelo Parlamento. O Executivo enfrentava duas moções, uma apresentada pela Nova Frente Popular, de esquerda, e outra pela União Nacional, da extrema-direita de Marine Le Pen.

Já poucas dúvidas restam sobre o destino do governo liderado por Michel Barnier. Nas últimas horas, o primeiro-ministro e o Presidente ainda apelaram à "consciência" e "responsabilidade" dos deputados, mas parece não ter surtido efeito. Para evitar a queda será necessário que 38 parlamentares dos blocos que apresentam moções dêem apoio ao Governo.

A sessão parlamentar que arrancou pouco depois das 15 horas (menos uma hora que em Paris) entrou na fase das intervenções dos deputados que, até ao momento, não deram sinais de mudança de posição face ao sentido de voto das moções. A bancada da União Nacional, de extrema-direita, liderada por Marine Le Pen, apresenta uma iniciativa e a Nova Frente Popular, de esquerda, outra moção, mas deverá ser esta última a passar. 

Na intervenção inicial, Le Pen afirmou que "este é o momento da verdade (...) que põe fim a um governo efémero", começou por dizer, apontando o caminho da viabilização da moção de censura da esquerda. A Nova Frente Popular já disse que não apoiaria a iniciativa de Le Pen.

"Foi nas suas fileiras que a intransigência, o sectarismo e o dogmatismo impediram o primeiro-ministro de fazer a mais pequena concessão, que teria evitado este desfecho", acrescentou, referindo-se às negociações que decorreram para o orçamento da Segurança Social e as contas de 2025. "O orçamento que hoje rejeitamos não tem direção nem visão. É um orçamento tecnocrático que não toca na imigração descontrolada", declarou Marine Le Pen.

"As instituições obrigam-nos a misturar as nossas vozes com as da extrema esquerda", frisou, mas ressalvando que a União Nacional está a "usar" a Nova Frente Popular como uma "simples ferramenta".

Do lado da esquerda, Boris Vallaud, afirmou que "esta moção de censura é, antes de mais, o vosso fracasso, o fracasso de Michel Barnier". "Os deputados (...) eleitos pelo impulso democrático desta frente republicana estavam vinculados a uma única promessa, a uma única lealdade, a um único compromisso: não ceder à extrema-direita", frisou o líder dos deputados socialistas.

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