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Gisèle Pelicot. Pelo menos 15 dos condenados vão recorrer

Débora Calheiros Lourenço 28 de dezembro de 2024 às 16:42

Os 51 condenados têm até à meia-noite de segunda-feira para fazerem um pedido de recurso.

Pelo menos 15 dos homens considerados culpados de violar ou abusar sexualmente deGisèle Pelicotrecorreram às condenações e vão ser submetidos a um segundo julgamento.

REUTERS/Manon Cruz

Todos os 51 homens acusados de violar ou abusar sexualmente da mulher foram condenados com penas de prisão entre os três e os vinte anos depois de três meses de julgamento que chocou o mundo. Dominque Pelicot, ex-marido de Gisèle, drogou a mulher e convidou outros homens para irem a sua casa ter relações sexuais com ela durante quase uma década.

O tribunal considerou 47 homens culpados de violação, dois de tentativa de violação e dois de agressão sexual, as sentenças foram conhecidas a 19 de dezembro e os homens têm até à meia-noite de segunda-feira para fazerem um pedido de recurso.

A pena de prisão deDominque Pelicot, de vinte anos, foi a única que correspondeu ao pedido feito pelos procuradores, tendo todas as restantes sido mais pequenas.

O julgamento dos recursos vai ser feito em Nîmes, onde todas as evidências serão ouvidas novamente por um júri comum.

Entre os homens que recorreram encontra-se Charly Atbo, que atualmente tem 30 anos, um trabalhador das vinhas que foi à casa do ex-casal seis vezes e foi condenado a uma pena de treze anos. A primeira vez teria apenas 22 anos e outra das ocasiões em que a violou terá sido no seu aniversário de 66, existem ainda vídeos onde é possível ouvir Charly a discutir com Dominique a possibilidade de drogar e violar a sua própria mãe.

Também Rodouan El Farihi, de 55 anos, recorreu contra o seu veredicto de oito anos de prisão efetiva. O homem negou ter violado Gisèle, defendendo que foi "enganado" e que não sabia que Gisèle estava drogada, apesar de os vídeos mostrarem que a mulher estava inconsciente.

Gisèle Pelicot, atualmente com 72 anos, acredita que pode ter sido violada mais de duzentas vezes entre 2011 e 2020. O esquema montado pelo seu marido só foi descoberto depois de ter sido detido pela polícia por estar a filmar por de baixo das saias de mulheres no centro comercial local.

Depois do julgamento Stéphane Barbonneau, advogado de Gisèle, referiu que o caso tinha um nível de depravação que nunca tinha assistido antes e garantiu que a mulher, que se tornou um símbolo contra a violência de género, vai comparecer em qualquer novo julgamento.

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