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Europeus terão de devolver "o que foi roubado" à Rússia, diz Putin

Lusa 19 de dezembro de 2025 às 12:06

O líder russo comentava a decisão da UE de optar pela emissão de dívida para financiar a Ucrânia em 90 mil milhões de euros em 2026 e 2027, em vez de usar os ativos da Rússia congelados.

O presidente russo, Vladimir Putin, advertiu esta sexta-feira os europeus que "terão de devolver o que foi roubado" à Rússia e que Moscovo pretende recuperar, por via judicial, os ativos congelados devido à guerra na Ucrânia.
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"Roubo não é a palavra exata. (...) O que tentam fazer connosco é abertamente um assalto", afirmou Putin durante uma intervenção em direto na televisão perante a imprensa e os cidadãos para fazer o balanço de 2025. Putin disse que "independentemente do que roubem e de como o façam, em algum momento terão de o devolver", segundo a agência de notícias espanhola EFE. O líder russo comentava a decisão da União Europeia (UE) de optar pela emissão de dívida para financiar a Ucrânia em 90 mil milhões de euros em 2026 e 2027, em vez de usar os ativos da Rússia congelados. Putin considerou que o congelamento dos ativos russos não é apenas um golpe na imagem da UE, mas sim uma "perda de confiança na Zona Euro". Argumentou que são "muitos os países, e não apenas a Rússia", que guardam as reservas de ouro nos países da UE. "Referimo-nos, sobretudo, aos países produtores de petróleo. Eles veem o que está a acontecer, já estão a observar, e começam a ter suspeitas, dúvidas e inquietações", assinalou. Acrescentou que a emissão de dívida para o empréstimo à Ucrânia avalizado pelos ativos russos terá consequências para o "orçamento de cada país", porque aumentará a dívida orçamental. Os líderes da UE concordaram hoje de madrugada, em Bruxelas, financiar a Ucrânia com 90 mil milhões de euros em 2026 e 2027, após não terem alcançado um consenso sobre o uso direto de ativos russos congelados. "Ao mesmo tempo, encarregámos a Comissão Europeia de continuar a trabalhar no empréstimo de reparação baseado nos ativos imobilizados russos", disse presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa. Tanto o chanceler alemão, Friedrich Merz, como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, privilegiaram a opção de utilizar os ativos russos, mas a proposta não recebeu o apoio necessário dos Estados-membros após intensas negociações. A Bélgica, sede da Euroclear, o depositário que detém a maior parte dos ativos (cerca de 185 mil milhões de euros, mostrou-se particularmente reticente. Merz explicou que os ativos russos permanecerão bloqueados até que a Rússia pague reparações à Ucrânia pela invasão. "A Ucrânia só terá de devolver o empréstimo depois de a Rússia pagar as reparações. Se a Rússia não pagar, utilizaremos, em conformidade com o direito internacional, os ativos russos imobilizados para liquidar o empréstimo", afirmou.
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