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Europa foi o principal ponto de disseminação da Covid-19

30 de outubro de 2020 às 16:47

Apenas uma linhagem do vírus vinda da Ásia "acabou por ter uma disseminação massiva na Europa”, tornando-se no “principal ator da propagação mundial no mês de março”.

Uma equipa das universidades do Minho e de Huddersfield (Reino Unido) "comprovou geneticamente" que o novo coronavírus surgiu na China, mas foi a partir da Europa que mais se espalhou para o mundo, divulgou esta sexta-feiraaquela academia minhota.

Em comunicado, a Universidade do Minho (UMinho) refere que a conclusão está num estudo que acaba de sair na revista "Microorganisms" e que analisou 27.000 genomas daquele vírus em todo o mundo.

Os coordenadores do trabalho, Teresa Rito e Pedro Soares, explicam que o vírus SARS-CoV-2 teve um epicentro na China em janeiro de 2020 e "uma só linhagem desse vírus, vinda do Leste Asiático, acabou por ter uma disseminação massiva na Europa", tornando-se no "principal ator da propagação mundial no mês de março".

"Essa linhagem é responsável pela grande maioria dos casos detetados globalmente e espalhou-se inclusive para a origem no Leste Asiático", acrescenta o artigo científico. Ou seja, sustentam, a pandemia foi alimentada principalmente pela sua expansão dentro e fora da Europa.

"Parece provável que as proibições globais de viagens na segunda quinzena de março ajudaram a diminuir o número de intercâmbios intercontinentais, especialmente da China, mas foram menos eficazes entre a Europa e a América do Norte até abril, muito depois das proibições impostas", esclarecem os investigadores.

A equipa científica envolveu Pedro Soares, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental e professor da Escola de Ciências da UMinho, Teresa Rito e Margarida Correia-Neves, ambas do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) e professoras da Escola de Medicina da UMinho, além de Maria Pala e Martin Richards, da Universidade de Huddersfield, sendo cofinanciada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 45,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 2.468 pessoas dos 137.272 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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