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Estados Unidos poderão atacar outros líderes iranianos

05 de janeiro de 2020 às 21:49

O chefe da diplomacia norte-americana disse que os EUA atingirão o Irão, mesmo que as retaliações aconteçam a partir dos seus aliados.

Os EUA poderão atacar outros líderes iranianos, se a República Islâmica retaliar pela morte do comandante da força de elite do Irão, Qassem Soleimani, disse este domingo o chefe da diplomacia norte-americana. Durante uma ronda de entrevistas em várias estações televisivas, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou que o Irão e os seus líderes militares serão alvo de novos ataques, se interesses dos EUA forem atacados.

Pompeo disse ainda que os EUA atingirão o Irão, mesmo que as retaliações aconteçam a partir dos seus aliados, como a Síria, Iémen, Líbano ou outros. "Os custos serão imputados ao Irão e à sua liderança. (…) Esses são dados que os líderes iranianos devem ter em conta", afirmou o chefe da diplomacia norte-americana. Mike Pompeo diz que, nesse cenário, qualquer ataque militar dos EUA em território iraniano terá cobertura legal.

"Vamos comportar-nos dentro do sistema. (…) Sempre o fizemos e sempre o faremos", assegurou o secretário de Estado, contornando as questões colocadas pelos jornalistas sobre a mensagem enviada na rede social Twitter pelo Presidente Donald Trump, que ameaçou atacar "locais da cultura iraniana", se os interesses norte-americanos forem visados.

O general Qassem Soleimani morreu sexta-feira num ataque aéreo contra o aeroporto internacional de Bagdad que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos. No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras seis pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O ataque já suscitou várias reações, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas – Rússia, França, Reino Unido e China - alertado para o inevitável aumento das tensões na região e pedem as partes envolvidas que reduzam a tensão. O quinto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU são os Estados Unidos.

No Irão, o sentimento é de vingança, com o Presidente e os Guardas da Revolução a garantirem que o país e "outras nações livres da região" vão vingar-se dos Estados Unidos. Também o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu vingar a morte do general e declarou três dias de luto nacional, enquanto o chefe da diplomacia considerou que a morte como "um ato de terrorismo internacional".

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