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Elon Musk reforça apoio à extrema-direita alemã

Ana Bela Ferreira 30 de dezembro de 2024 às 12:17

Governo alemão admite que o bilionário está a tentar inluenciar as eleições legislativas de 23 de fevereiro. Artigo de opinião publicado este fim de semana levou à demissão de editora do jornal alemão.

Depois de ter participado nas eleições norte-americanas ao lado de Donald Trump, cujo governo vai integrar, Elon Musk virou-se para a Alemanha. E o que começou com umtweetna sua rede social a defender a extrema-direita, virou artigo de opinião num jornal alemão, deixando assim claro quem pretende que vença as legislativas antecipadas de fevereiro, na maior economia da União Europeia.

REUTERS/Benoit Tessier/File Photo

A Alternativa para a Alemanha (AfD) recebeu assim um apoio de peso, apesar de internamente estar a ser investigado por ser extremista. Uma porta-voz do governo alemão, admitiu esta segunda-feira, que Elon Musk está a tentar influenciar o resultado eleitoral no país. Ainda assim, defendeu que Musk tem direito a expressar a sua opinião: "Afinal de contas, a liberdade de expressão também abrange os maiores disparates", disse, citada pela Reuters.

Depois de ter escrito no X que "apenas a AfD pode salvar a Alemanha", Elon Musk recorreu a um artigo de opinião, este fim de semana, no Welt am Sonntag, para explicar porque acredita que o partido de extrema-direita é a "última centelha de esperança" para a Alemanha.

"Os partidos tradicionais falharam na Alemanha", escreveu o dono da Tesla. "As suas políticas levaram à estagnação económica, à agitação social e à erosão da identidade nacional."

O artigo foi publicado na edição de domingo do Welt am Sonntag, jornal conservador e do mesmo grupo que detém o Politico, mas muitos dos seus jornalistas oposeram-se e a editora de opinião do jornal, Eva Marie Kogel, apresentou a sua demissão.

O jornal decidiu publicar a opinião do agora conselheiro de Trump, mas antecipando a polémica publicou na mesma página uma resposta do diretor designado, Jan Phillipp Burgard. Nesse texto defendeu: "O diagnóstico de Musk é correto, mas a abordagem terapêutica de que só a AfD pode salvar a Alemanha, está fatalmente errada".

Neste momento, as previsões para as eleições antecipadas colocam a União Democrata-Cristã (CDU) em primeiro lugar das intenções de voto, no entanto, a AfD, com uma forte agenda anti-imigração, está em segundo com cerca de 20%.

Musk também já defendeu causas de direita mais populista ou radical no Reino Unido e em Itália.

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