Secções
Entrar

Eleições nos EUA: Como funciona o sistema eleitoral norte-americano?

27 de setembro de 2020 às 12:11

As presidenciais são decididas pelo voto de 538 delegados de todo o país que formam o colégio eleitoral. Sai vencedor o candidato que recebe, no mínimo, 270 votos do colégio eleitoral.

Faltam menos de 40 dias para as presidenciais norte-americanas e as sondagens dão maioria ao democrata Joe Biden, mas tudo pode acontecer num sistema em que o que conta é o colégio eleitoral.

Na eleição presidencial de 8 de novembro de 2016, por exemplo, a candidata democrata, Hillary Clinton, recolheu a maioria dos votos dos cidadãos, mas foi Donald Trump que foi eleito Presidente dos Estados Unidos.

Nessa altura, reacendeu-se o debate sobre o modelo eleitoral nos Estados Unidos, em que o chefe de Estado é decidido no colégio eleitoral.

A questão é que os Estados Unidos não fazem as eleições por sufrágio universal, como em Portugal, em que os votos contam de igual maneira em todo o país.

Nos Estados Unidos, o sufrágio é indireto e cada um dos 50 estados tem um peso diferente nas eleições, dependendo da sua população.

A primeira coisa a saber é que as presidenciais são decididas pelo voto de 538 delegados de todo o país que formam o colégio eleitoral. Sai vencedor o candidato que recebe, no mínimo, 270 votos do colégio eleitoral.

Em segundo lugar, os delegados votam de acordo com a maioria dos eleitores do seu estado, resultante dos votos dos cidadãos (ou votos populares) no dia da eleição presidencial.

Na prática, o que os cidadãos vão eleger em 3 de novembro este ano e em todas as eleições presidenciais, são os delegados com que se querem representar para escolher o Presidente do país.

Finalmente, é preciso distinguir que cada estado tem um determinado número de delegados no colégio eleitoral.

Por exemplo, o estado mais populoso, a Califórnia, tem o maior número de delegados no colégio eleitoral, 55. Depois de contados os votos dos eleitores, os 55 votos da Califórnia são atribuídos ao candidato presidencial que obteve a maioria no estado.

Pelo contrário, o Alasca tem uma população relativamente pequena e por isso, só resulta em três delegados no colégio eleitoral. Assim, o estado de Alasca entrega apenas três votos ao candidato da maioria.

Alasca e Califórnia são dois estados frequentemente referidos para exemplificar o contraste no peso no modelo eleitoral.

Entre os estados com mais delegados no colégio eleitoral, estão também Texas (38), Florida (29), Nova Iorque (29), Illinois (20) e Pensilvânia (20).

Por outro lado, os estados de Delaware, Montana, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Vermont, Wyoming e o Distrito de Colúmbia, têm três delegados cada.

Em 2016, apesar de Hillary Clinton ter recebido quase três milhões de votos a mais do que o adversário, o colégio eleitoral deu menos 74 votos a Clinton e Donald Trump ganhou, com 306 delegados.

Dois partidos são os grandes rivais na política americana: o partido democrata e o republicano. Cada um dos partidos avança com um candidato nas eleições presidenciais.

Em 03 de novembro, confrontam-se o republicano Donald Trump e o vice-Presidente Mike Pence com o democrata Joe Biden e a candidata a vice, Kamala Harris.

Na maioria dos estados, já é conhecida a preferência dos eleitores. Por isso, a base forte de apoiantes de cada partido considera-se garantida.

Assim, o que muda o jogo são os poucos estados que não mantêm um historial de tendência política fixa, os chamados ‘swing states’, que podem realizar um ‘flip’ – viragem entre partidos entre os ciclos eleitorais.

Neste caso, as sondagens são úteis para identificar se as intenções de voto estão claramente direcionadas.

Para o órgão de comunicação norte-americano POLITICO, é em oito estados que as dúvidas e as esperanças se depositam este ano.

As atenções estão centradas na Florida, que dá 29 votos do colégio eleitoral e que em 2016 se demonstrou a favor do candidato republicano, Donald Trump. Este ano, as sondagens mostram uma corrida renhida entre Trump e Biden.

Segundo o POLITICO são, no total, 127 votos do colégio eleitoral que estão em jogo para os dois partidos este ano: nos estados de Arizona (11), Carolina do Norte (15), Florida (29), Georgia (16), Michigan (16), Minnesota (10), Pensilvânia (20) e Wisconsin (10).

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela