Secções
Entrar

Dinamarca condena nomeação de enviado dos EUA para a Gronelândia

Lusa 22 de dezembro de 2025 às 11:26

No passado o governador do estado norte-americano da Louisiana, Jeff Landry, defendeu que território autónomo dinamarquês da Gronelândia deveria fazer parte dos Estados Unidos.

A Dinamarca anunciou esta segunda-feira que vai convocar o embaixador dos Estados Unidos depois do Presidente Donald Trump ter nomeado um "enviado especial" norte-americano para a Gronelândia considerando a decisão "totalmente inaceitável".
Dinamarca discorda de nomeação de Jeff Landry como enviado dos EUA para a Gronelândia AP
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Lars Lokke Rasmussen, disse à estação dinamarquesa TV2 que está indignado com a nomeação, que considerou "totalmente inaceitável" acrescentando que o embaixador dos Estados Unidos na Dinamarca vai ser convocado nos próximos dias para explicações. O ministro pediu aos Estados Unidos respeito pela integridade territorial do seu país, referindo-se diretamente à nomeação do governador do estado norte-americano da Louisiana, Jeff Landry, para o cargo designado como "enviado especial" para a Gronelândia. No passado, Jeff Landry defendeu que território autónomo dinamarquês da Gronelândia deveria fazer parte dos Estados Unidos (EUA). Desde o princípio do ano que os Estados Unidos têm manifestado interesse adquirir o território dinamarquês alegando preocupações com a segurança norte-americana. As posições de Washington sobre o assunto geraram críticas tanto do governo dinamarquês como do governo autónomo da Gronelândia. "Jeff compreende o quão essencial a Gronelândia é para a nossa segurança nacional (dos EUA) e vai defender veementemente os interesses do nosso país para a segurança e sobrevivência dos nossos aliados e, na verdade, do mundo. Parabéns, Jeff!", afirmou no domingo o presidente norte-americano Donald Trump, através de uma mensagem difundida pelas redes sociais. Entretanto, Jeff Landry disse que pretende conciliar o que designou por "cargo voluntário" com a função de governador do estado norte-americano da Louisiana. Landry afirmou ainda que tem como "missão" tornar a Gronelândia parte dos Estados Unidos. O território do Ártico, com uma população de 57 mil habitantes distribuídos por 2,1 milhões de quilómetros quadrados (80% dos quais permanentemente cobertos de gelo), depende essencialmente das receitas da pesca e da ajuda da Dinamarca, que cobre quase metade das despesas orçamentais. Desde 2010 que a Gronelândia tem um novo Estatuto de Autonomia que reconhece o direito à autodeterminação, uma possibilidade apoiada pela maioria dos seus habitantes, embora não à custa de uma descida do nível de vida. Ao mesmo tempo, os residentes rejeitaram a anexação pelos Estados Unidos, de acordo com as sondagens que foram publicadas nos últimos meses. Um poder executivo de coligação une todos os grupos políticos moderados pró-independência e governa o território após as eleições regionais realizadas no passado mês de março. A Dinamarca aumentou os investimentos militares e económicos na Gronelândia no último ano. Por outro lado, Copenhaga, retratou-se oficialmente sobre o escândalo relacionado com a implantação de dispositivos contracetivos intra-uterinos (DIUs) em milhares de mulheres da Gronelândia durante várias décadas. Os dispositivos foram colocados sem autorização com o intuito de controlar a população local tendo Copenhaga anunciado indemnizações às vítimas.
Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela