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China volta a libertar reservas de carne suína

26 de setembro de 2019 às 07:52

Em vésperas do 70.º aniversário da fundação do regime comunista, autoridades chinesas vão leiloar 10 mil toneladas de carne de porco para travar a inflação causada por surtos de peste suína.

O Governo chinês voltou a pôr no mercado carne de porco que mantém em reserva, visando travar a inflação causada por surtos de peste suína, em vésperas do 70.º aniversário da fundação do regime comunista.

As autoridades confirmaram hoje que vão leiloar 10.000 toneladas de carne de porco, parte essencial da cozinha chinesa.

A República Popular da China celebra, no dia 01 de outubro, 70 anos desde a sua fundação, com uma parada militar em Pequim e várias atividades por todo o país.

O preço da carne de porco subiu quase 50% em agosto passado, em termos homólogos, devido a um surto devastador da peste suína africana, que resultou no abate de mais de um milhão de porcos, segundo dados oficiais.

O aumento dos preços tem um significado político amargo para o Partido Comunista, que aponta a melhoria dos padrões de vida nas últimas décadas como fonte de legitimidade do seu poder indisputado.

A China produz e consome dois terços da carne de porco no mundo.

O Governo mantém reservas de porcos vivos e congelados para garantir o fornecimento, mas os detalhes sobre esta reserva são segredo de Estado.

Analistas consideram, no entanto, que a reserva é provavelmente muito pequena para compensar os efeitos da peste suína.

Em janeiro passado, o Governo libertou 9.600 toneladas para o mercado.

Especialistas preveem que a China importará mais de dois milhões de toneladas de carne de porco este ano.

A peste suína africana não é transmissível aos seres humanos, mas é fatal para porcos e javalis. A atual onda de surtos começou na Geórgia, em 2007, e espalhou-se pela Europa do leste e Rússia, antes de chegar à China, em agosto passado.

Inicialmente, Pequim insistiu que estava tudo sob controlo, mas os surtos acabaram por se alastrar a todas as províncias do país.

As autoridades chinesas autorizaram, desde o final do ano passado, os matadouros portugueses Maporal, ICM Pork e Montalva a exportar para o país.

As estimativas iniciais apontavam que as exportações portuguesas para China se fixassem em 15.000 porcos por semana, movimentando, no total, 100 milhões de euros.

Os responsáveis do setor estimam que o valor das vendas duplique, para 200 milhões de euros, no próximo ano.

O acontecimento, visto pelos produtores portugueses como o "mais importante" acontecimento para a suinicultura nacional "nos últimos 40 anos", irá, no entanto, ter efeitos inflacionários também em Portugal.

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