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Casa Branca acredita que Hamas usa hospitais de Gaza, mas não apoia ataques

Lusa 14 de novembro de 2023 às 23:00

"Não apoiamos ataques aéreos a hospitais. Os hospitais e os doentes devem ser protegidos", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

Os Estados Unidos indicaram esta terça-feira ter informações de que o movimento islamita Hamas e outras milícias palestinianas estão a utilizar hospitais da Faixa de Gaza e túneis sob os mesmos para se esconder, apoiar operações militares e manter reféns.

REUTERS/Mohammed Salem

Um desses hospitais é o maior daquele território palestiniano, o hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, que sublinhou que os Estados Unidos não apoiam ataques a estabelecimentos de saúde.

"Não apoiamos ataques aéreos a hospitais. Os hospitais e os doentes devem ser protegidos", disse Kirby aos jornalistas que acompanhavam o Presidente norte-americano, Joe Biden, a bordo do avião Air Force One, numa deslocação a São Francisco para uma cimeira com os líderes da região Ásia-Pacífico.

Kirby disse que os Estados Unidos também não querem ver "combates em hospitais, onde pessoas inocentes, pessoas indefesas, pessoas doentes estão simplesmente a tentar obter os cuidados médicos que merecem".

Questionado sobre provas para sustentar a afirmação de que os hospitais de Gaza estão a ser usados como esconderijo pelos combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e seus aliados, Kirby respondeu que elas "provêm de várias fontes de informação", sem fornecer mais pormenores.

As autoridades palestinianas apelaram hoje para um cessar-fogo para retirar três dúzias de recém-nascidos e outros doentes encurralados no maior hospital de Gaza, enquanto as forças israelitas lutam contra o Hamas nas ruas em volta e conquistam mais terreno no norte de Gaza.

Há vários dias que o Exército israelita cercou o hospital Al-Shifa, onde e sob o qual afirma que o Hamas se esconde, usando civis como escudos da sua principal base de comando.

Os funcionários do hospital e o Hamas negam tal acusação. Entretanto, centenas de doentes, profissionais de saúde e pessoas deslocadas estão retidas no interior das instalações, com as provisões a escassear e sem eletricidade para fazer funcionar as incubadoras e outros equipamentos que salvam vidas.

Sem refrigeração há dias, os funcionários da morgue abriram uma vala comum no pátio para mais de 120 cadáveres, indicaram as autoridades.

O confronto no Al-Shifa e noutros hospitais ocorre numa altura em que as forças israelitas controlam cada vez mais pontos da cidade de Gaza e da parte norte da Faixa de Gaza, afirmando que estão a expulsar e a matar combatentes do Hamas.

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) – desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 39.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 11.000 mortos, na maioria civis, 28.200 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.

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