Caos no Hospital de Nasser. Israel garante que ataque foi "preciso e limitado"
Operação levou a uma ainda maior concentração de pessoas em Rafah, onde Israel pode lançar a próxima ofensiva.
As forças israelitas confirmaram a invasão do hospital de Nasser, o maior ainda em funcionamento na Faixa de Gaza, depois de várias imagens que mostram o caos vivido dentro do hospital terem sido divulgadas.
Israel defende que o ataque foi "preciso e limitado" e que só aconteceu porque as forças de segurança tinham informações de que o Hamas mantinha reféns dentro do complexo, assim como corpos de alguns reféns já falecidos.
O grupo terrorista Hamas negou essas acusações e as autoridades de saúde no enclave afirmaram que Israel entrou no hospital e expulsou dezenas de funcionários, pacientes, deslocados e familiares do pessoal médico que se encontravam abrigados em Nasser.
Este ataque fez com cerca de dois mil palestinianos procurassem refúgio na já sobrelotada cidade de Rafah, junto à fronteira com o Egito, enquanto outros optaram por ir para Deis Al-Balah, no centro da cidade de Gaza.
Os Médicos Sem Fronteiras confirmaram que o hospital foi bombardeado: "A nossa equipa médica teve de fugir do hospital, deixando os pacientes para trás", afirmando ainda que um dos médicos da sua equipa ficou detido num centro de controlo criado por Israel para verificar aqueles que conseguiam fugir do complexo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou esta sexta-feira, 16, que está a tentar entrar no maior hospital em funcionamento de Gaza depois do ataque israelita.
"Ainda existem doentes críticos dentro do hospital", referiu o porta-voz Tarik Jasarevic, alertando ainda para a "urgente necessidade de combustível para assegurar que continuam a ser prestados serviços capazes de salvar vidas".
Depois de ataques israelitas a hospitais em outras cidades, bombardeamentos perto de hospitais ou ataques a ambulâncias, esta operação ocorreu num momento em que a pressão internacional para que Israel se modere continuam a aumentar, especialmente tendo em conta o objetivo de uma nova ofensiva em Rafah.
A guerra entre o Hamas e Israel agravou-se no dia 7 de outubro após o ataque do grupo terrorista ao sul de Gaza que matou 1.200 pessoas e fez 253 reféns. Desde aí, a contraofensiva israelita já matou 28.663 palestinianos e levou muitos outros a abandonarem as suas casas, procurando um refúgio mais a sul.
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