Secções
Entrar

Boris Johnson considerou ataque militar nos Países Baixos para roubar vacinas contra covid

Jornal de Negócios 28 de setembro de 2024 às 14:15

A revelação é feita pelo próprio antigo primeiro-ministro britânico nas suas memórias, das quais foram divulgados alguns excertos este sábado na imprensa do Reino Unido.

Durante a pandemia da covid-19 Boris Johnson, então primeiro-ministro britânico, ponderou ordenar um ataque militar contra armazéns da farmacêutica AstraZeneca nos Países Baixos para obter vacinas contra a covid. A revelação é feita pelo próprio ex-governante nas suas memórias das quais alguns excertos foram divulgados este sábado pela imprensa britânica.

Segundo o Daily Mail, Boris Johnson ponderou um "raide por via marítima" a um armazém em Leiden, nos Países Baixos.

O plano, detalha o antigo primeiro-ministro, foi discutido com altos responsáveis militares em março de 2021, numa altura em que a vacina da AstraZeneca estava no centro de uma disputa entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) sobre exportações, com Johnson a considerar que Bruxelas estava a tratar Londres "com má vontade".

Boris Johnson revela que "pediu que fosse estudado se seria tecnicamente possível lançar um ataque aquático a um armazém em Leiden e obter aquilo que legalmente era nosso e que o Reino Unido precisava desesperadamente".

Um alto responsável militar disse ao primeiro-ministro que o plano era "seguramente possível" e que envolveria a utilização de embarcações semi-rígidas para navegar nos canais holandeses.

"O plano previa que os militares se encontraria junto ao alvo, entrariam, retirariam as vacinas e saíriam usando um camião que se dirigiria para um dos portos", indica o exerto publicado.

No entanto, o mesmo responsável militar disse a Johnson que dificilmente a missão seria executada sem que os militares fossem detetados, o que significaria que Downing Street "teria de explicar porque é que, na prática, o Reino Unido tinha invadido um aliado da NATO".

"Claro que eu sabia que ele estava certo e intimamente concordava com o que todas as chefias militares achavam, mas não o queria dizer em voz alta: tudo isto era completamente louco", conclui Boris Johnson.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela