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Autoridades sauditas prenderam pelo menos sete ativistas de direitos humanos

07 de abril de 2019 às 15:18

Os ativistas foram detidos porque apoiam os direitos das mulheres, entre outros motivos, divulgou o diretor da ALQST, Yahia Assiri, disse à Efe.

As autoridades da Arábia Saudita prenderam este domingo pelo menos sete ativistas de direitos humanos na sequência de uma "nova campanha detenções", denunciaram organizações não-governamentais sauditas.

O grupo de defesa de direitos humanos saudita ALQST confirmou a detenção de sete escritores e ativistas sendo que a organização "Prisioneiros de Consciência" afirma que foram detidas nove pessoas, no total.

O diretor da ALQST, Yahia Assiri, disse à agência de notícias espanhola Efe que os ativistas foram detidos porque apoiam os direitos das mulheres, entre outros motivos.

Entre os ativistas detidos hoje, dois têm dupla nacionalidade, saudita e norte-americana: Salah al Haidar, escritor e Bader al Ibrahim, médico.

O casal de escritores, Thumar al Marzouqi e a mulher Khadijah al Harbi, que está grávida, também foram presos pelas autoridades sauditas.

Segundo a ALQST foram também presos o escritor Mohamed al Sadiq e o ativista Fahad Abalkhail al Duhailan.

Por outro lado, a organização "Prisioneiros de Consciência" denunciou a detenção de mais duas pessoas: os ativistas Moqbel al Saqqar e Abdullah al Sheri.

Estas detenções seguem-se à prisão do académico Anas al Mazrou, da Universidade Rey Saud, no mês de março, por ter perguntado pelo paradeiro de ativistas presos durante um seminário público organizado pela Feira do Livro de Riad.

De acordo com a ALQSD, todos os detidos são escritores ou ativistas que utilizam as redes sociais onde defendem a implementação de reformas no reino saudita.

"Acreditamos que estas prisões estão a ser preparadas desde fevereiro e estão relacionadas com o apoio que eles deram às famílias das feministas sauditas (presas em 2018)", disse Assiri.

O diretor da ALQSD acrescentou que as detenções foram levadas a cabo por agentes dos serviços de segurança do Estado que confiscaram computadores, telefones móveis e outros aparelhos eletrónicos.

Ao mesmo tempo, decorre na Arábia Saudita o julgamento de uma dezena de ativistas que defendem os direitos de mulheres e que demonstraram apoio às feministas que foram presas em maio de 2018, num caso que provocou pressão política internacional contra Riade.

As ativistas foram acusadas de pertencerem a uma associação ilegal destinada a "perturbar a segurança, a estabilidade do reino e a paz social e de prejudicarem a unidade nacional".

Entre os acusados do julgamento que está a decorrer encontram-se Loujain al Hathloul, Abdullah al Hamid e Nasima al Sal, candidatos ao Prémio Nobel da Paz.

Devido à pressão internacional, o Tribunal Penal de Riade decretou na semana passada a liberdade condicional de três das ativistas que foram detidas em 2018.

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