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Arsenal do Hezbollah é dez vezes maior desde última guerra com Israel

Leonor Riso 30 de setembro de 2024 às 07:00

Foi em 2006 que o Hezbollah e Israel estiveram em guerra pela última vez. Morte de Hassan Nasrallah irá levar a novo agudizar do conflito?

Após vários ataques, a situação entre o Hezbollah e Israel agudizou-se com a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, a par de vários comandantes do mesmo movimento. Desde 2006 que a situação entre o Hezbollah e Israel não era tão grave, mas a milícia xiita tem agora maior capacidade de armamento. A guerra pode intensificar-se e até o Irão não descartou a hipótese de entrar diretamente no conflito.

O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, advertiu no domingo, 29 que "todas as possibilidades estão abertas" no conflito com Israel, incluindo a guerra. "Todos reconhecem o perigo de uma guerra na região. Esta situação é muito perigosa e todas as possibilidades estão abertas neste momento", afirmou Araghchi a partir de Nova Iorque, de acordo com a agência noticiosa iraniana Fars. "O sangue do mártir Hassan Nasrallah aumenta a força do Hezbollah, o seu ímpeto e o crescimento das suas forças", defendeu.

A troca de fogo entre Hezbollah e Israel começou a 8 de outubro de 2023, um dia depois do ataque do Hamas ao norte de Israel. O movimento sediado no Líbano alegou que os ataques destinavam-se a apoiar os palestinianos sob bombardeamentos israelitas em Gaza.

O Hezbollah, cujo novo líder ainda não foi revelado, é considerado o membro mais poderoso do chamado Eixo da Resistência, uma aliança anti-Israel e anti-Ocidente que conta com o Irão, Síria, Hezbollah, o Hamas e outras milícias em países como o Iraque, Afeganistão e Paquistão, bem como os Hutis. Ao longo dos anos, o Irão tem vindo a armar o Hezbollah. Os EUA estimam que o grupo baseado no Líbano esteja na posse de 150 mil rockets, mísseis e drones, dez vezes mais do que tinha em 2006, quando se deu a última guerra entre Israel e o Líbano, aponta a agência noticiosa Reuters.

Antes dessa guerra, Israel tinha invadido o sul do Líbano nos anos 80 até se retirar em 2000. Seis anos depois, a guerra que durou cerca de um mês levou à destruição de grande parte dos subúrbios a sul de Beirute e à fuga de um milhão de libaneses. Do lado israelita, cerca de 300 mil pessoas deixaram as suas residências e 2 mil casas foram destruídas.

O Hezbollah, fundado por elementos da Guarda Revolucionária do Irão em 1982 como resposta à invasão israelita, considera que Israel é um país ilegítimo em terras palestinianas sob ocupação.

Em abril de 2023, deu-se o último episódio de maior tensão antes do atual entre as duas partes: três civis israelitas morreram após o lançamento de rockets a partir do Líbano, e alvos em Tiro e na Faixa de Gaza foram alvo de ataques de retaliação.

Israel diz que as operações militares em curso se vão manter até que seja seguro para os habitantes do norte de Israel regressarem a casa; e o Hezbollah diz que continuará enquanto a ofensiva em Gaza não terminar. Este domingo, o governo do Líbano disse estar envolvido em conversações com vista a um cessar-fogo.

AP Photo/Mohammed Zaatari
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