Sábado – Pense por si

"Libertem a Palestina." Hannah Einbinder, a atriz judia que marcou a cerimónia dos Emmy

"Sinto que, como judia, é a minha obrigação distinguir o povo judeu do Estado de Israel", declarou. Também Javier Bardem e Megan Stalter apelaram ao cessar-fogo em Gaza na 77.ª cerimónia dos prémios televisivos.

Capa da Sábado Edição 9 a 15 de setembro
Leia a revista
Em versão ePaper
Ler agora
Edição de 9 a 15 de setembro
Maria Salgueiro / Máxima 15 de setembro de 2025 às 14:42
Atriz judia Hannah Einbinder apela à libertação da Palestina nos Emmys
Atriz judia Hannah Einbinder apela à libertação da Palestina nos Emmys

Na noite deste domingo, 14 de setembro, a 77.ª cerimónia dos Emmys ficou marcada por uma tomada de posição de vários atores contra o genocídio em Gaza. Hannah Einbinder, vencedora do prémio de Melhor Atriz Secundária pela participação em Hacks, usou o seu discurso de vitória para criticar o ICE (entidade que gere a emigração nos Estados Unidos, responsável por medidas severas de deportações em massa) e apelar à libertação da Palestina.

"Que se lixe o ICE e libertem a Palestina", disse no fim do seu discurso, que foi recebido com forte apoio pela plateia do Peacock Theatre, em Los Angeles. Mais tarde, questionada por um jornalista na conferência de imprensa, explicou: "Tenho amigos em Gaza que estão a trabalhar na linha da frente como médicos, para cuidarem de mulheres grávidas e [a trabalhar] com crianças para criar escolas nos campos de refugiados."

"É um assunto que está muito próximo do meu coração por várias razões. Sinto que é a minha obrigação como judia distinguir o povo judeu do Estado de Israel, porque a nossa religião e a nossa cultura são uma instituição que é realmente separada do Estado etnonacionalista", declarou ainda.

Eidenberg é uma entre milhares de figuras em Hollywood (como Emma Stone, Joaquin Phoenix e Olivia Colman) que juraram recentemente não trabalhar com instituições de cinema israelitas. "O boicote é uma ferramenta eficaz para pressionar quem está no poder a tomar medidas. O boicote do [movimento] Film Workers for Palestine não boicota indivíduos, apenas boicota instituições que compactuam diretamente com o genocídio... Penso que é uma medida importante e estou contente por fazer parte dela", concluiu.

O ator espanhol Javier Bardem levou ao pescoço um keffiyeh (lenço tradicional usado pelos homens em partes do Médio Oriente). Na passadeira vermelha, disse a um jornalista: "Estou aqui hoje a denunciar o genocídio em Gaza. No final de agosto, a Associação Internacional de Académicos do Genocídio, que estuda exaustivamente genocídios, declarou que [o que se está a passar] é um genocídio", começou por afirmar.

"E é por isso que pedimos bloqueios e sanções - comerciais e diplomáticos - a Israel para parar o genocídio. Libertem a Palestina", concluiu, entrevistado pelo The Hollywood Reporter.

Também Megan Stalter, atriz revelação da (Too Much, no título original), escrita e realizada por Lena Dunham, se posicionou contra o conflito em Gaza, colando na carteira que levou para a passadeira vermelha um papel onde escreveu "cessar-fogo", que exibiu enquanto posava para os fotógrafos.

Artigos Relacionados
A Newsletter O Melhor do Mês Registados no seu e-mail
Para que não lhe escape nada, todos os meses o Diretor da SÁBADO faz um resumo sobre o que de melhor aconteceu no mês anterior. Enviada mensalmente