O cantor Seu Jorge quis chamar o seu quarto filho de "Samba" em homenagem ao "género musical sinónimo da cultura brasileira", mas acabou por ver o pedido rejeitado por ser "demasiado estranho".
Deusarina, Marileide, Hypotenusa, Rosemeire, Aeronauta, Ilegível e Dawydy são apenas alguns exemplos de nomes peculiares que são permitidos nos registos do Brasil porém, há um que ano após ano continua a ficar de fora da lista. Samba foi uma vez mais rejeitado por, aparentemente, ser "demasiado estranho".
O caso veio a público este domingo, 22, depois de o cantor brasileiro Seu Jorge ter sido pai pela quarta vez. O artista e a sua mulher, Karina Barbieri, quiseram chamar o recém-nascido de Samba, mas viram o pedido negado no Cartório de São Paulo.
Segundo a revistaRollingStone, antes do nascimento, o artista já tinha explicado que gostaria de dar este nome ao filho por ser "o género musical sinónimo da cultura brasileira" e que o influenciou enquanto "artista e compositor negro".
No Brasil, ao contrário do que acontece em Portugal, não existe uma lista de nomes permitidos. De uma forma simplificada, a Lei de Registros Públicos de 1973 consagra que os registos permitem todo o tipo de nomes próprios, desde que os funcionários dos cartórios não imponham objeções como "ser muito bizarro ou poder ridicularizar a criança".
Até ao momento, tanto Seu Jorge como a sua família preferiram não comentar a situação, uma vez que a lei permite que a família recorra da decisão judicialmente.
No Brasil o caso está a ser amplamente discutido nas redes sociais, incluindo por famosos. No entender do cantor Carlinhos Brown, Samba, antes de ser um género musical era "um nome de origem senegalesa" dado "a grandes homens" como "o compositor El Hadji Samba Diabaré, e o baterista Mokthar Samba".
O caso foi ainda partilhado por outros internautas, como o músico José Miguel Porfírio, que não teve obstáculos em chamar aos seus três filhos de Xerox, Autenticada e Fotocópia. Isto no país onde o Sócrates Brasileiro é futebolista, Bach e Mozart foram detidos este ano na sequência do Golpe de Estado e nos registos há ainda um Petroswickonicovick Santos e um Marllon Branddon Pereira.