O Último a Rir está de volta. O concurso de stand-up comedy da SÁBADO, que nasceu há um ano, vai ter continuidade e a segunda edição está à porta. As inscrições já estão abertas e o objetivo mantém-se: revelar novos talentos que possam assegurar o futuro do humor em Portugal.
Como se diz em gíria futebolística, em equipa que ganha mexe-se pouco. Daí que o concurso, criado em colaboração com a BANG Produções, mantenha os seus traços gerais. Tudo começa com um processo de candidaturas online (ver calendário em baixo). Os candidatos devem submeter um vídeo humorístico no máximo com três minutos de duração. Esses vídeos serão depois avaliados pela produção do concurso, que escolherá 24 semifinalistas.
Na fase seguinte, O Último a Rir entra no terreno em que o stand-up comedy começou a ganhar raízes em Portugal: o circuito ao vivo (a história fez-se de precursores que, em sítios como o lisboeta Xafarix, começaram a apresentar ao País este formato). Os concorrentes apurados serão contactados para comparecer nas semifinais do concurso, que decorrerão em formato open mic em quatro localidades de norte a sul, com seis candidatos à final a atuarem ao vivo em cada uma delas.
Nas quatro semifinais vão estar os mentores do concurso: Marco Horácio, Miguel Sete Estacas e Sofia Bernardo, que vão comentar as prestações e, em cada semifinal, escolher um concorrente para integrar a sua equipa. Caso um concorrente seja escolhido por mais do que um mentor, caber-lhe-á a ele decidir a quem se quer aliar.
Os mentores terão depois de fazer eles mesmos um processo de seleção: dos quatro elementos das suas equipas, só dois poderão ir à final do concurso, que vai decorrer ao vivo num teatro lisboeta, com público presente.
Dos seis finalistas, serão apurados três vencedores (1º, 2º e 3º classificados). A decisão caberá então a um júri, que inclui o diretor da SÁBADO, Nuno Tiago Pinto, e o CEO da BANG Produções, Paulo Oliveira. Há prémios monetários para os primeiros três classificados (consultar o site do concurso) mas há um outro prémio que só a passagem à final já garante: uma digressão com 10 es- petáculos por todo o País.
2ª edição foi "decisão muito fácil"
O Último a Rir poderia ter ficado apenas pelo ano de estreia, quando Dagu (nome artístico de Daniel Silva) se sagrou vencedor, depois de uma prestação na final em que confrontou com humor a homofobia e os preconceitos contra a comunidade LGBTQI+, sendo ovacionado pela plateia.
Na primeira edição do concurso, em 2022, o grande vencedor foi Dagu (Daniel Silva)Vitor Mota
O diretor da SÁBADO e membro do júri, Nuno Tiago Pinto, garante, porém, que a decisão de avançar para uma segunda edição foi “muito fácil”, tendo sido “falada logo na noite da final da primeira edição”, que descreve como tendo sido um sucesso: “O Teatro Villaret estava completamente cheio e com público muito variado”.
Confronto ao vivo com o público "é essencial"
Um dos mentores do concurso é Marco Horácio. O humorista e apresentador, que se lançou no Levanta-te e Ri e que tem um longo percurso na televisão e no humor, revela que ficou “surpreendido” com a edição anterior: “Não estava à espera que aparecessem tão bons humoristas, tão bons intérpretes de stand-up comedy.”
O humorista Marco Horácio, que se lançou no Levanta-te e Ri, quer passar a sua experiência aos concorrentesd.r.
Confiante de que “este ano vão aparecer ainda mais” candidatos, Marco Horácio arrisca até que a qualidade dos concorrentes e os bastidores do concurso (“os nervos, a ansiedade antes de chegar ao palco”) davam “um ótimo programa de televisão, por exemplo para a Netflix, em três ou quatro episódios”. Sobre o último vencedor, Dagu, só tem elogios a fazer: “É inacreditável como performer. Noutro país, como os EUA, talvez já tivesse um espetáculo em nome próprio a esgotar salas anos a fio. É brilhante.”
O apresentador e comediante lembra também que no ano anterior, duas das quatro semifinais foram vencidas por mulheres e regozija-se com isso: “Na altura do Levanta-te e Ri, não iam muitas mulheres – e as que iam arrependiam-se. Hoje, é mais fácil irem e ainda bem.”
O mentor defende ainda que, para um aspirante a humorista, o palco e o confronto com o público são desafios essenciais: “Acho que ninguém que comece só pelas redes sociais pode ter sucesso seja em que tipo de humor for. Quem está a começar normalmente tem um leque pequeno e próximo de seguidores – e esses não vão dizer mal do nosso trabalho ou apontar o dedo. Passar por bares, por exemplo, é o desafio mais difícil para qualquer humorista. Lidar com o público implica ouvir a sala, usar o público a favor do texto, criar empatia com as pessoas e conquistar desconhecidos. É isso que queremos ver.”
Calendário:
23 de março: Abertura das inscrições (consulte o site para saber como se inscrever)
14 de abril: Fecho das inscrições às 20h
25 de abril: Semifinal em Faro, no 8000 Comedy Club (em cada semifinal, os mentores avaliam seis aspirantes a humoristas) 3 de maio: Semifinal em Coimbra, na Casa das Caldeiras