Sábado – Pense por si

O voo PT 897 aterrou em Picoas

Ana Taborda
Ana Taborda 12 de janeiro de 2015 às 15:32

Antes da queda do Banco Espírito Santo, houve várias reuniões secretas

O ritual repetiu-se várias vezes. Zeinal Bava descia a Av. Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, a pé, continuava pela Av. da Liberdade e entrava no número 195. Depois, um funcionário do banco conduzia-o ao restrito 15º piso da sede do BES – é preciso uma chave para desbloquear o acesso do elevador ao último andar do edifício. Quando estavam em causa assuntos difíceis, o então presidente da Portugal Telecom (PT) preferia ser discreto. Evitava sair com o motorista, e sobretudo trocar emails e SMS (a sua forma de comunicação preferida, às vezes com mensagens do tamanho de uma página A4). O banco mantinha a reserva: os encontros com Zeinal decorriam numa sala apenas usada pela administração, junto ao open space onde o conselho do BES trabalhava – não era comum Ricardo Salgado ir a Picoas, à sede da PT. Seguiam a mesma lógica com a equipa de Zeinal. Pacheco de Melo, então administrador financeiro, liderou um dos mais importantes, em Outubro de 2013. Nessa altura, a operadora tinha 750 milhões de euros aplicados na Espírito Santo International, uma das holdings da família. A PT queria acabar com o investimento. Salgado queria mais. E não desistiu.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais