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Gulbenkian quer vender petrolífera e focar-se na sustentabilidade

01 de fevereiro de 2018 às 18:00
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A Fundação Calouste Gulbenkian recebeu uma oferta de compra para a petrolífera Partex, estando "neste momento em processo de negociações com o grupo interessado", garantindo que manterá as actividades filantrópicas da instituição.

A Fundação Calouste Gulbenkian recebeu uma oferta de compra para a petrolífera Partex, estando "neste momento em processo de negociações com o grupo interessado", garantindo que manterá as actividades filantrópicas da instituição.

Como a Lusa noticiou em Junho passado, a Gulbenkian estava a avaliar a entrada de grupos internacionais, com interesses no Médio Oriente, na petrolífera Partex, de que detém actualmente a totalidade do capital.

Hoje, em comunicado, a Fundação reiterou que "tem vindo a equacionar a alienação dos investimentos nos combustíveis fósseis (que representaram cerca de 18% dos activos em 2017), tendo em conta uma nova matriz energética e os seus objectivos em prol da sustentabilidade, na linha do movimento internacional seguido por outras fundações".

E acrescentou que "recentemente recebeu uma oferta de compra e encontra-se neste momento em processo de negociações com o grupo interessado", cujo nome não indica.

Em caso de acordo nas negociações, garante, "a recomposição do património da Fundação continuará, como no passado, a garantir a realização de todas as actividades filantrópicas da instituição que Calouste Gulbenkian quis ver como perpétua e destinada ao bem da humanidade".

A Fundação Calouste Gulbenkian detém 100% do capital da Partex, empresa que é liderada por António Costa Silva.

A Partex foi fundada em 1938, por Calouste Gulbenkian, que até então "tinha sido o grande promotor da criação da Iraq Petroleum Company, uma empresa que reuniu os interesses das empresas que hoje se chamam BP, Shell, Total, Exxon Mobil, e onde ficou com 5%, passando a ser conhecido como o "Mister Five Per Cent".

Foi a Iraq Petroleum Company que iniciou toda a actividade da indústria petrolífera no Médio Oriente, juntando como parceiros o Iraque, Qatar, Abu Dhabi e Omã.

Calouste Gulbenkian entrou na Iraq Petroleum Company em nome individual, mas depois criou a empresa Participations and Explorations, daí o nome Partex, que assinou em 1939 a primeira concessão com Abu Dhabi.

Com a nacionalização de 60% da concessão em 1971, surgiu a empresa nacional ADNOC em Abu Dhabi, diminuindo a participação de todos os accionistas, o que no caso da Partex representou uma redução de 5% para 2%.

No início de maio de 2017, Isabel Mota tomou posse como presidente da Fundação Calouste Gulbenkian e elegeu a acção social como uma das prioridades para o seu mandato à frente da instituição sem fins lucrativos.

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