Vendido em frascos de vidro que parecem vazios, o ar é recolhido em Dorset, Somerset, Wales, Witshire e Yorkshire. Quem recolhe o ar são a mãe e a irmã de Leo De Watts, em dias ventosos em que o ar passe por rochas ou florestas. "O processo garante que o ar é naturalmente filtrado", garante o britânico.
O que acontece de seguida pode deixar o leitor desconfiado. "Nós deixamos os frascos abertos. Cinco minutos depois usamos redes de pesca (que têm um material à prova de vento cosido a elas) atadas a paus para recolher mais vento, e de repente empurramo-las para dentro de cada frasco e fechamo-lo", explica Watts à SÁBADO.
Após serem etiquetadas e embaladas, os frascos seguem para Hong Kong (onde Watts vive) e são vendidas a clientes "que são ricos, vivem estilos de vida luxuosos e integram as elites sociais", garante o empresário. "Os nossos frascos muito valiosos são uma forma perfeita de marcar uma posição ou podem simplesmente usá-los para consumo próprio". A sensação de ar puro dura poucos segundos, e custa cerca de €103 por frasco.
O fundador da Aethaer não revelou dados sobre a margem de lucro ou custos de produção à SÁBADO, considerando-os "confidenciais". Watts prova a qualidade do ar analisando dados recolhidos e disponíveis online captados por sensores em todo o mundo, e afirma que nenhum comprador se queixou até agora.
Qualquer pessoa pode começar um negócio de exploração de ar? Watts desaconselha. Como pioneiro, indica que as empresas semelhantes podem não ter tanta cobertura mediática e falhar; e que a sua ideia prova que "ainda há oportunidades de negócio que ainda não foram exploradas, não importa quão bizarras sejam".
"A História já provou que se és um pioneiro, ao início as pessoas pensarão que és louco, mas se acertares, mais tarde chamar-te-ão um génio", sentencia o britânico.
Apesar de ser um recurso natural, este ar puro não chega a todos que dele necessitam. Na China, 1,6 milhões de pessoas morrem todos os anos por causas relacionadas com a poluição atmosférica. "O ar naturalmente limpo, fresco e puro que não seja comprimido não existe numa cidade poluída. Se não existe, o fornecimento do mesmo deve ser um luxo. Não creio que alguém possa discutir isso", justifica Watts à SÁBADO. "Ao vendê-lo, ao menos um pequeno grupo da elite tem acesso a ele. Seria melhor providenciá-lo a algumas pessoas, ou decidir que ninguém devia desfrutar dele de todo?"
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