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EUA aprovam venda de comprimido para perda de peso da Novo Nordisk. Ações saltam 8%

A farmacêutica dinamarquesa poderá começar a vender o Wegovy do lado de lá do Atlântico já em janeiro. Luta contra concorrente americana Eli Lilly pelo domínio no setor aquece.

A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA aprovou esta terça-feira a venda do medicamento Wegovy em versão comprimido da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk em terras norte-americanas. A empresa afirmou que solicitou ainda a aprovação para a venda na Europa e em outras partes do mundo no segundo semestre de 2025.

Novo Nordisk
Novo Nordisk AP/Mads Claus Rasmussen

O Wegovy, usado para lutar contra a obesidade a longo prazo, começará a ser vendido nos EUA já em janeiro. Este é mais um passo que aquece a competição da farmacêutica dinamarquesa contra a concorrente norte-americana Eli Lilly, que luta para manter o domínio no setor da saúde do próprio mercado. 

Mas, a soberania pode não durar. A empresa americana já afirmou que o seu próprio medicamento oral para obesidade - o orforglipron - poderá receber luz verde até março, o que daria à Novo Nordisk vantagem de apenas três meses. 

Ainda assim, a aprovação da FDA representa uma “vitória muito necessária” para a empresa, considerando os “recentes desafios para manter o domínio da participação de mercado”, escreveu o analista Evan David Seigerman, da BMO Capital Markets, numa nota citada pela Bloomberg.

A Novo Nordisk "acaba de vencer a corrida contra a Lilly" e “vai beneficiar da vantagem de ser pioneira, conquistando pacientes com preferência por conveniência e conforto proporcionados pelo regime de dosagem oral”, acrescentou. 

A gigante da saúde divulgou os resultados dos seus estudos, onde citam uma perda de peso estimada em 16,6%, caso todos os pacientes tenham continuado o tratamento com o comprimido, que o CEO apelida de "novo e conveniente". 

A reação dos investidores em bolsa foi imediata: esta terça-feira, as ações da dinamarquesa saltam 8,2% para 328,35 coroas dinamarquesas, cerca de 43,95 euros. No pré-mercado, em Wall Street, a Eli Lilly cai 1,13%. Ao longo do ano, a Novo Nordisk enfrentou dificuldades para convencer os investidores, que levantaram preocupações com a capacidade da farmacêutica em competir no mercado de obesidade que a própria ajudar a criar.