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Twitter. Empregados sem acesso aos escritórios

Tiago Neto 18 de novembro de 2022 às 21:00

O acesso foi restringido até à próxima segunda-feira, 21 de novembro. Medida ainda não foi justificada pela empresa.

Foi através de um comunicado que a direção do Twitter fez saber aos empregados, esta sexta-feira, que os edifícios da rede social seriam temporariamente interditados.

REUTERS/Dado Ruvic

Não há, até agora, qualquer justificação para a medida, que impede os trabalhadores de acederem aos escritórios, mas é esperado, segundo vários relatos, que dure até à próxima segunda-feira.

O anúncio chega numa altura em que uma grande percentagem da força de trabalho do Twitter foi dispensada por Elon Musk – proprietário daquela rede social desde outubro deste ano – e pode levar a ainda mais saídas por parte dos funcionários insatisfeitos com a atual política de "longas horas e alta intensidade" ou pelo multi-milionário.

Segundo a BBC, um ex-funcionário, que preferiu permanecer anónimo, disse acreditar "que quando a poeira baixar, hoje [esta sexta-feira, 18 de novembro], provavelmente haverá menos de 2.000 pessoas [a trabalhar no Twitter]". Esta fonte alega que toda a sua equipa foi despedida.

"Despediram o chefe da equipa. Depois, despediram o chefe daquele chefe. A pessoa acima dele era um dos executivos demitidos no primeiro dia. Portanto, não sobrou ninguém naquela cadeia de comando."

Ao meio de informação britânico chegou ainda um outro relato de uma pessoa que se demitiu, embora estivesse capaz de aceitar a nova política de trabalho "hardcore", como disse o próprio Elon Musk.

Em resposta a estas saídas, Bruce Daisley, ex-vice-presidente do Twitter, disse àBBCque havia ex-engenheiros da rede social que acreditavam que o Twitter poderia "falhar já na segunda-feira".

"Há um grande número de recursos que parecem depender da presença de engenheiros no local", disse Daisley. "Se esses engenheiros saíram, isso ameaça a sustentabilidade do produto."

Citado pelo Daily Mail, um inquérito feito da app Blind, que verifica os funcionários através dos seus endereços de e-mail de trabalho e permite que estes partilhem informações anonimamente, verificou que 42% de 180 pessoas escolheram sair do Twitter.

Um quarto disse que escolheu ficar "relutantemente", e apenas 7% dos participantes da pesquisa disseram que "clicaram sim para ficar, sou hardcore". Contatado pela BBC, o Twitter ainda não emitiu qualquer comentário sobre a situação.

Recorde-se que a compra do Twitter, que começou a 14 de abril deste ano, efetivou-se a 28 de outubro de 2022 por um preço que rondou os 44 biliões de dólares, ou 42.5 mil milhões de euros.

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