Secções
Entrar

PSD terá grande latitude para viabilizar ao Governo um Orçamento suplementar, assume Rio

29 de março de 2020 às 22:37

Líder social-democrata defendeu ainda que "é preciso ter noção de que fragilizar o Governo é fragilizar o combate" à pandemia da covid-19, fazendo então mesmo uma comparação com o comportamento desejável por parte de uma força militar na linha da frente de uma guerra.

O presidente do PSD afirmou, este domingo, ser sua vontade viabilizar ao Governo uma proposta de Orçamento suplementar para este ano destinada a responder à crise económica, dizendo mesmo que politicamente terá grande latitude para a aceitar.

Esta posição foi transmitida por Rui Rio em entrevista à RTP, depois de confrontado com o cenário de o Governo apresentar uma proposta de Orçamento retificativo para este ano, hipótese que afastou, desde logo do ponto de vista técnico.

"Não vai haver orçamentos retificativos de certeza absoluta, garanto-lhe que não vai haver orçamentos retificativos. Vai haver orçamentos suplementares", contrapôs o líder social-democrata, economista de formação académica.

Rui Rio justificou depois que a apresentação de um Orçamento retificativo, "como o nome indica, é para retificar qualquer coisa" e um Orçamento suplementar "é para acrescentar, e forte".

"Portanto, vai haver Orçamento suplementar. É absolutamente inevitável. Eu não vou passar um cheque em branco [ao Governo]. Apesar de toda esta solidariedade, não vou passar cheques em branco ao Governo. Mas eu quero viabilizar", frisou.

Neste ponto, o presidente do PSD foi ainda mais longe, dizendo que pretende viabilizar essa eventual proposta do executivo.

"Quero que o Governo apresente um Orçamento suplementar que seja viabilizável, porque tem de ser. E vamos ter uma latitude muito grande para aceitar o Orçamento suplementar", declarou.

Deixou, no entanto, uma ressalva: "Não vamos aceitar tudo e mais alguma coisa - aí, também, calma".

"Vamos manter o rigor agora, sabendo nós que o rigor é um rigor de dar muito dinheiro a muita gente, mas tem de ser", acrescentou.

Na parte inicial da entrevista, o presidente do PSD procurou explicar o seu posicionamento político face ao Governo, num momento em que se tomam medidas drásticas para combater o surto do novo coronavírus.

"Temos de perceber que neste momento fragilizar o Governo é fragilizar o nosso combate. E, portanto, nós temos de pôr de lado essa lógica de oposição. Se quiser, nós devemos ser oposição, mas é oposição ao vírus. E devemos ser todos oposição ao vírus, e não agora oposição uns aos outros".

Neste ponto, o líder social-democrata alegou que "é preciso ter noção de que fragilizar o Governo é fragilizar o combate" à pandemia da covid-19, fazendo então mesmo uma comparação com o comportamento desejável por parte de uma força militar na linha da frente de uma guerra.

"Não quer dizer que não se façam reparos [ao Governo], mas nós temos de ter unidade nacional. Se neste momento os parceiros sociais, os partidos e todos aqueles que têm voz pública começarem a criticar o Governo e tudo uns contra os outros, então nós vamos perder isto e entrar no caos", advertiu.

Rui Rio insistiu depois que é "oposição ao vírus".

"Relativamente ao Governo e a todas as demais forças políticas ou não políticas em Portugal, eu sou colaboração, como acho que dez milhões de portugueses devem ser colaboração", argumentou o presidente do PSD.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela