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Políticas de Musk levam investigadores a abandonar estudos de desinformação no X

Luana Augusto 06 de novembro de 2023 às 16:58

Qualquer violação das políticas do X, incluindo recolha de dados, pode resultar numa multa de até 6% da receita global da plataforma. O medo leva agora ao abandono de 100 estudos sobre a desinformação na rede social.

As novas políticas do X, sobre o método de recolha de dados, já levou investigadores de redes sociais a cancelar, suspender ou até mesmo alterar estudos sobre a disseminação de informações falsas na plataforma. Um inquérito realizado em setembro a 167 investigadores, e que foi levado a cabo pela agência de notícias Reuters e pela Coalition for Independent Technology Research, garante agora que cerca de 100 estudos ficaram pelo caminho.

REUTERS/Gonzalo Fuentes/File Photo

Traduzindo, tratam-se de 30 projetos cancelados, 47 projetos parados e 27 em que os investigadores mudaram de plataforma. A maioria dos estudos afetados eram referentes a discursos de ódio e tópicos que suscitaram escrutínio a nível mundial.

Desde que Elon Muskassumiu a liderançado antigo Twitter que a plataforma tem sido alvo de várias investigações por parte da União Europeia. Em julho o Center for Countering Digital Hate (CCDH), publicou um relatório crítico que garantia que a prática do discurso de ódio na plataforma trazia lucros à rede social. Na altura, o X processou e acusou a organização de promover falsas alegações e de aceder indevidamente aos dados da plataforma, e garantiu que qualquer conteúdo da sua rede social era "saudável".  

O abandono destes estudos mostra agora que a maioria dos investigadores teme ser processado pela rede social X, quer pelas descobertas que possam surgir como pelo uso de dados. Qualquer violação das políticas da rede social, incluindo de recolha de dados, resulta agora numa multa de até 6% da receita global da plataforma. 

Elon Musk comprou o Twitter em 2022, por 44 mil milhões de dólares (cerca de 41 mil milhões de euros). Desde que assumiu a liderança da plataforma que o dono da Tesla já fez demissões em massa, incluindo dos funcionários que trabalhavam na área da investigação, e implementou o regime laboral intensivo. No X há quem trabalhe 12 horas por dia.

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