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Meta tenta impedir venda de livro de ex-funcionária que expôs casos incómodos dentro da empresa

Luana Augusto 23 de março de 2025 às 18:39

Um tribunal de arbitragem deu razão à Meta e impediu Sarah Wynn-Williams de promover o seu livro. A obra encontrava-se no segundo lugar de vendas da Amazon e no primeiro do The New York Times.

A 11 de março a antiga funcionária do Facebook, Sarah Wynn-Williams, expunha asverdades obscuras da Meta, através do livro Careless People(Pessoas descuidadas, em português), que chegou ao top 10 dos mais vendidos na Amazon. Agora, uma ordem provisória de um tribunal de arbitragem impediu a autora de promover o livro.

Segundo o jornal El País, a razão pela qual o tribunal decidiu a favor da Meta foi porque a autora violou alegadamente um acordo de não difamação da empresa tecnológica. Apesar disso, Careless People permanece à venda.

Na quinta-feira, a obra estava no número 2 dos livros de não-ficção mais vendidas na Amazon, tendo obtido 4,8 estrelas. Já na primeira semana, saltou para primeiro na lista do The New York Times.

Mas o que estará a inquietar a Meta neste livro? São as memórias de Sarah Wynn-Williams, uma ex-diplomata neozelandesa, de 45 anos, que chegou a ser diretora de Políticas Públicas do Facebook, durante os anos de crescimento global da empresa.

Neste livro, é descrito um caso de assédio sexual, o papel da rede social no genocídio em Myanmar e uma potencial colaboração com o governo chinês. É aqui que a autora aproveita para dirigir críticas aos comportamentos inadequados de Joel Kaplan, a quem acusa de assédio sexual.

A empresa alega, no entanto, que o caso já foi investigado e que não há nada que comprometa o encarregado dos Assuntos Globais da Meta. A tecnológica emitiu até um comunicado sobre o assunto e publicou um documento que analisa as várias revelações de Sarah Wynn-Williams, a que denomina de "velhas notícias".

"O livro é uma mistura de afirmações desatualizadas já publicadas pela empresa e acusações falsas sobre os nossos executivos. Faz 8 anos que Sarah Wynn-Williams foi despedida devido a mau desempenho e comportamento tóxico. Nesse momento, uma investigação determinou que fez alegações enganosas e infundadas de assédio. Deste então, tem sido paga por ativistas anti-Facebook", lê-se no comunicado da Meta.

Sarah Wynn-Williams continua ainda assim a trabalhar na indústria tecnológica, mas mudou-se com o marido para Londres. Numa entrevista prévia à ordem judicial negou ter recebido de alguém para publicar o livro. Ao jornal The Times, garantiu que não era uma pessoa vingativa, mas que queria "deixar a luz entrar". "Tive de me perguntar: 'a quem beneficia o meu silêncio?' Não me faria passar por tudo isto se não importasse", referiu.

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